Com o acirramento da disputa eleitoral neste ano, multiplicaram-se os relatos de agressões com motivação política no país. Um dos casos mais representativos foi o assassinato do mestre de capoeira Moa do Katendê, 63 anos, esfaqueado após declarar o seu voto em Fernando Haddad (PT).
Apesar das ocorrências reais, é preciso estar alerta para episódios sem comprovação que circulam no WhatsApp e nas redes sociais. Nessas situações, a sua melhor ferramenta é o ceticismo — não compartilhe nada que você não tenha certeza que é verdade.
Abaixo, há quatro dicas para reconhecer mentiras online. Esses passos podem ser úteis para diferenciar os casos de agressões reais dos forjados e desmascarar outros boatos. O guia está baseado em orientações da BBC, First Draft, CGI, Aos Fatos e Décodeurs.
1. Leia o texto com cuidado
Algumas características podem ser indícios de um boato. Primeiro, confirma se a mensagem ou o texto utiliza uma linguagem sensacionalista, apelando para emoções ou usando muitos adjetivos. Pedidos de compartilhamento — o famoso "repasse sem dó" — também devem acender um alerta.
Textos escritos com letras maiúsculas, erros gramaticais e pontos de exclamação merecem ser vistos com cuidado. Para confundir, conteúdos falsos costumam ser publicados sem data.
Em casos de agressões, atente para as fontes mencionadas — testemunhas oculares, departamentos de polícia e secretarias de Segurança Pública costumam informar jornalistas nessas situações. Se a informação for vaga, sem indicar fontes confiáveis, a data e o local do ocorrido, desconfie.
2. Pesquise
Use o Google ou qualquer outra ferramenta de busca para pesquisar palavras-chave relacionadas ao conteúdo. Há iniciativas de checagem no país — como Comprova, Aos Fatos, Agência Lupa e Fato ou Fake — que trabalham para desmentir desinformações o mais rápido possível.
Quando se trata de uma agressão, tente verificar se um veículo jornalístico reportou o caso — o site Vítimas da Intolerância compila casos reportados pela mídia. Tenha em mente que, muitas vezes, leva tempo para se produzir uma reportagem sólida. Por isso, na dúvida, é melhor esperar até que a imprensa confirme o episódio.
3. Desconfie das imagens
Só porque existe uma foto não quer dizer que a agressão ocorreu. Muitos disseminadores de boatos usam imagens antigas ou associam fotos e vídeos verdadeiros com informações falsas. Nesse caso, tente utilizar a ferramenta de busca reversa de imagem do Google para checar o contexto em que a imagem foi publicada. No Google Imagens, por exemplo, basta carregar um arquivo ou pesquisar pelo link.
4. Entre em contato com o Comprova ou outra agência de checagem
Muitos sites de fact checking têm canais no WhatsApp por onde você pode enviar denúncias de links, textos, imagens, vídeos e áudios suspeitos. O número do Comprova é (11) 97795-0022. Veja outros:
Estadão Verifica — (11) 99263-7900
Aos Fatos — (21) 99956-5882
Folha Informações — (11) 99490-1649
Boatos.org — (61) 99177-9164
Fato ou Fake — (21) 97305-9827
Projeto Comprova
Este texto foi originalmente publicado no site do Projeto Comprova. Foi escrito pelos veículos parceiros Estado de S. Paulo e Gazeta do Povo.
O Comprova é um projeto que reúne jornalistas de 24 diferentes veículos de comunicação brasileiros, incluindo GaúchaZH, para descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas durante a campanha presidencial de 2018.