No terceiro bloco do último debate entre candidatos a governador na RBSTV, o candidato do PSDB, Eduardo Leite, e o candidato do MDB, José Ivo Sartori, debateram temas como infraestrutura e desenvolvimento econômico.
O bloco começou com Leite questionando Sartori sobre o tema infraestrutura. O tucano questionou o governador sobre reportagem veiculada em GaúchaZH, onde é informado que a falta de pagamento pode interromper as obras na RS-118. Sartori garantiu que a questão vai ser resolvida:
— Tenho certeza que já na semana que vem essa questão vai ser colocada, porque preferimos primeiro pagar os funcionários e terminar com a folha de pagamento. Me desculpem os empreiteiros, todos aqueles que deixaram de receber, mas nós cumprimos um papel com seriedade, com responsabilidade, fazendo aquilo que poderia ser feito.
Não satisfeito com a resposta, Leite, em referência ao termo "parole, parole" (palavras, palavras), utilizado pelo atual governador no debate, disse que Sartori é o candidato da "desculpa, desculpa", "parcela, parcela" e que "infelizmente, os problemas não são resolvidos".
— A EGR (Empresa Estadual de Rodovias), uma empresa para operação e manutenção de rodovias, que é pouco eficiente, foi criada no governo do PT e ele (Sartori) mantém. Vamos extinguir fazer parceria com o setor privado, que é mais eficiente, reduz custos e garante mais velocidade nas obras que são importantes na infraestrutura do Estado — disse Leite, perguntando se Sartori quer mesmo ser governador, em referência a uma frase do atual mandatário do Estado sobre "decisão partidária" de concorrer ao Piratini.
Em resposta, o candidato do MDB disse que o caminho para o RS é acreditar na manutenção de projetos políticos, como o seu:
— Temos uma missão e vamos cumprir a missão. Até aproveitando a deixa do Eduardo, queria dizer que o senhor fala em São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, e se fosse buscar a brasa para o meu assado, diria que são Estados que reelegeram governadores. Se no começo a gente tinha alguma situação, diria que estou cumprindo a missão e gostaria de completar o ciclo.
No mesmo bloco, os candidatos também voltaram a falar sobre plebiscito e privatizações. Leite defendeu que o Estado é "regulador", voltando a bater na tecla sobre a EGR. Sartori diz que a EGR pode fazer concessões e que sua gestão extinguiu nove fundações.
Na terceira pergunta do terceiro bloco, Eduardo Leite defendeu que o ICMS seja reduzido, mas fez uma ponderação sobre eventuais elevações de alíquotas em casos emergências.
— Entendo que numa circunstância especifica para ajudar o Estado no reequilíbrio de suas contas nós possamos ter chamado a população a contribuir com a majoração das alíquotas e defendo que elas sejam prorrogadas por dois anos e depois reduzidas para que nós possamos incentivar o empreendedorismo, geração de riqueza. Não dá mais para pagar mais em gasolina, energia elétrica e telecomunicações como se paga aqui.
Sartori disse que é "defensor intransigente" em relação à manutenção das alíquotas, mas que o caso pode ser reavaliado em caso de reequilíbrio fiscal.
— A realidade do Rio Grande do Sul é uma só. Nós assumimos o Estado do Rio Grande do Sul com déficit de R$ 25,5 bilhões projetados para o final desse ano de 2019. Nós vamos chegar a R$ 8 bilhões. Isso significa que dois terços do déficit do poder público estadual... ele vai ser resolvido em dois terços, porque nós arrumamos a casa, atraímos empresas, desburocratizamos o Estado, mas queremos continuar investindo e fazendo — afirmou Sartori.
Leite disse que Sartori majorou as alíquotas do ICMS, mas não resolveu os problemas do Estado e continuou pagando salários parcelados e atrasando repasses a fornecedores. Sartori disse que não viu na campanha do adversário nenhum plano "objetivo, real e concreto" para ajudar no desenvolvimento do Estado a não ser adotar, "em muitas questões", postura parecida com o PT "em determinadas ocasiões".