No último debate entre os candidatos ao governo do Estado antes da eleição, Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) estão frente a frente nos estúdios da RBSTV, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (25).
O debate é mediado pelo jornalista Elói Zorzetto e tem duração aproximada de duas horas, divididas em quatro blocos. No primeiro, os adversários fizeram perguntas entre si, de tema livre. Eduardo Leite começou questionando sobre as ações de seu oponente na Segurança Pública, depois de assegurar que ele,
Leite, irá colocar ordem no Estado, combatendo as drogas e a criminalidade com firmeza. Citou, como garantia de preocupação, o vice em sua chapa, o ex-chefe de Polícia Ranolfo Vieira Junior. Em seguida, perguntou qual é a proposta de Sartori para a área.
— Nossa proposta está em andamento. Já temos em funcionamento o sistema integrado com os municípios para o vídeo monitoramento, chamamos policiais, em torno de 6,3 mil, conseguimos fazer prevenção grande na área de segurança, compramos equipamentos, viaturas e fizemos aquilo que era possível fazer — respondeu Sartori.
Na sua vez de perguntar, o atual governador disse que iria debater "coerência e verdade", e perguntou para o tucano sobre "de onde ele iria tirar o dinheiro" para cumprir as promessas feitas em campanha. Leite citou a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, combate à sonegação e revisão de benefícios fiscais.
— Tudo isso, apoiado em reestruturação da máquina administrativa — respondeu Leite.
Privatizações
Leite disse que foi pego de surpresa ao ver o Diário Oficial da União desta quinta-feira (25) e deparar com um termo de rescisão "do convênio 13, de 2017, com o Ministério do Desenvolvimento Social e a Secretaria de Educação, que é para cisternas em escolas rurais":
— Três milhões e meio de reais que o governo federal está tomando de volta do governo do Estado por não execução. Por favor, explique essa situação — disse o tucano.
Sartori desconversou, ao falar que "evidentemente não cabia à Casa Civil ir atrás de cisternas. Imagine como é isso":
— Na verdade, isso foi feito pelo nosso governo através de todas as organizações do Estado sem os recursos federais, porque não sabe, o que perguntou (Leite), a realidade, a situação e a verdade sobre essa questão — respondeu.
E seguiu Sartori, desta vez abordando o tema privatizações. Acusou Leite de dar duas versões sobre a privatização do Banrisul, ora dizendo ser contra a venda e ora alegando não ter preconceito em se desfazer da estatal.
— Não vou vender o Banrisul e qualquer privatização que venha a ser feita nas outras estatais, teremos preocupação com a vida dos servidores e também para onde vai o dinheiro. O senhor queimou o futuro do RS quando vendeu parte do banco e usou o dinheiro no custeio da máquina — afirmou Leite.
Discussão sobre vice
Leite disse que o Rio Grande do Sul "vive tempos de intranquilidade" e "medo de sair à ruas". Ainda no primeiro bloco, Sartori lembrou que Ranolfo foi chefe de Polícia no governo petista e afirmou que o agente fez campanha para Lula e Dilma. Por fim, perguntou se, por conta disso, o modelo de segurança a ser adotado será o mesmo dos governos do PT no RS.
— O seu candidato a vice foi chefe de Polícia no governo do Tarso. Fez campanha para Dilma e Lula. É quadro técnico e político. Vai comandar a segurança mesmo? Vai adotar o modelo do programa do governo do PT, que foi uma tragédia, inclusive com a derrubada do presídio?— perguntou Sartori.
— Ele não foi chefe de polícia no governo, ele foi chefe de polícia do Estado, é uma carreira de Estado. Eu, pelo menos, olho para essas instituições sem pensar em aparelhamento político. Se o senhor pensa em aparelhamento político, é mais um problema que eu vejo na sua atuação. Não pode ser assim — rebateu Leite.
Sartori disse que quem escolhe o chefe de Polícia é o governador e lembrou que além de um quadro técnico, Ranolfo é um quadro político.