O segundo bloco do debate da RBSTV para governador foi com temas predeterminados. Os assuntos foram colocados em uma urna e sorteados ao vivo, podendo aparecer uma única vez. Cada postulante respondeu e perguntou duas vezes. O tempo para cada indagação foi de 30 segundos, e o de resposta de um minuto e 30 segundos, além de um minuto para réplica e um minuto para tréplica.
O primeiro tema sorteado foi estradas. E, por ordem estabelecida previamente, quem abriu a rodada foi José Ivo Sartori (MDB). O atual governador citou que sua gestão está recuperando 3 mil quilômetros de estradas, além de estar concluindo modelagem das concessões e quis saber do tucano se ele daria continuidade a essas obras.
Leite disse que sim, que "não quero reinventar a roda, quero botar a roda para girar mais rápido" e complementou que vai garantir a concessão das rodovias que o governo Sartori aprovou no segundo ano e colocou em prática.
— O senhor tem, continuamente, tentado colocar em mim a pecha de quem acha que nada está certo e não vai continuar nada. Não quero reinventar a roda, quero botar a roda para girar mais rápido — respondeu o tucano., complementando.
— A infraestrutura do Rio Grande do Sul está ficando para trás. Somos um estado que é mais caro para quem empreende, do ponto de vista logístico. Somos um estado mais caro do ponto de vista da demora para licenças. E somos um estado mais caro do ponto de vista do ICMS, que é mais alto. Tudo isso empurra as empresas para fora daqui. E empurrando as empresas para fora está empurrando os empregos e o desenvolvimento econômico e social.
O emedebista rebateu que o adversário promete o que seu governo está realizando.
— Falar é fácil. O difícil é cair na real, na realidade financeira do RS. E olha que quem foi muito ligeiro nessa área foi preso. Inclusive um governador do seu partido quis ser ligeiro e chegou a essa situação. Eu prefiro fazer bem feito, dentro da realidade e com segurança jurídica — rebateu Sartori.
O tema seguinte foi privatizações. Eduardo Leite disse que Sartori tentou empurrar um plebiscito sobre privatizações junto à eleição 2018, sem explicar para onde vai o dinheiro, e quis saber onde seriam investidos recurso de uma eventual venda. O "gringo" rebateu dizendo que Leite é controverso, que ora diz que é favor das privatizações do Banrisul, ora não.
Na sequência, a pauta sorteada foi a recuperação da economia. Sartori disse que criou um plano para isso e atraiu investimentos, questionando o que Leite pretende fazer sobre o assunto. O tucano citou o ditado de que "é preciso pés no chão e olhos no mundo", complementando que o Rio Grande do Sul foi o Estado da Região Sul que menos gerou oportunidades de emprego (22 mil vagas). Leite ainda acusou Sartori de querer recuperar as contas de seu governo, e não do Estado. Ao que o atual governador respondeu.
— Ninguém investe em um estado com as finanças desequilibradas. Nós conseguimos atrair investimentos de R$ 10 bilhões. Mas tem de reconhecer a crise da economia brasileira, que tirou emprego de maioria dos trabalhadores e preocupou empreendedores, e que prejudicou os municípios e o estado.
O último tópico foi segurança, que já havia sido discutido no primeiro bloco. Eduardo Leite disse que a segurança é absoluta prioridade de um eventual governo e que pretende fazer um plano de integração entre as polícias, além de investir em prevenção. Em seguida, questionou Sartori sobre políticas para o sistema prisional. O emedebista afirmou que aprovou projeto para quatro mil novas vagas em presídio, entre outras ações. Leite rebateu dizendo que os índices criminais aumentaram na atual administração.
— (Sartori) Puxou o freio de mão na segurança pública no início de seu governo, permitiu que explodissem os indicadores criminais em homicídios, em roubos e roubos de veículos. Na véspera de eleição, começa uma ação que reduz alguns índices, mas, infelizmente, eu temo que, em um eventual segundo governo, puxe novamente o freio de mão — alfinetou Leite.