Eleito deputado federal por São Paulo nas eleições de 2018, Alexandre Frota negou que exista a possibilidade de assumir cargo de ministro no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), com quem compartilha, além da mesma sigla, relação de amizade. Segundo Frota, em entrevista ao programa Timeline nesta quarta-feira (31), um vídeo divulgado nas redes sociais em que Bolsonaro diz que quer ver o ex-ator pornô como ministro da Cultura não passa de “uma brincadeira”.
— Conheci o Bolsonaro em 2014, e eu fui a primeira pessoa da classe artística, que são poucos, a acreditar, entender e compactuar com muitas ideias dele. A partir daí, ficamos muito amigos e eu passei a trabalhar muito forte nas redes sociais em favor dele — explica — Mas não tenho pretensão nenhuma (de ser ministro), já conversei com ele. Jamais, e ele também nunca me convidou. Aquilo foi uma brincadeira que ele fez, em 2016, no meu aniversário — completa.
Com vaga na Câmara pelos próximos quatro anos, o deputado eleito diz que planeja sugerir projeto semelhante à Lei 13.103 — chamada de Lei dos Caminhoneiros, que exige a realização do exame toxicológico — só que destinada aos parlamentares.
— A própria Câmara aprovou uma lei que determina que os caminhoneiros tenham em dia (o exame), por que os políticos não devem ter em dia também? — indaga.
Em março, Frota se filiou ao PSL após a ala evangélica do Patriota 51, no qual teve curta passagem, se mostrar descontente com sua carreira de filmes pornográficos. Questionado se sofreu algum preconceito durante a campanha, afirmou que “não só por parte da esquerda, que faz um apedrejamento virtual como se eu tivesse cometido algum crime, mas como da própria direita”.
— A gente está num país muito hipócrita, de falsos moralistas — diz — As pessoas que mais me atacam são aquelas que pedem uma vida plural, que lutam pela diversidade, que não querem preconceito, dizem não à homofobia, mas o tempo todo ficam “ah, mas ele fez filme pornô”, “ele é gay”. — conclui.