O ex-governador do Estado Germano Rigotto (MDB), vice de Henrique Meirelles (MDB) na disputa pela Presidência, afirmou, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, na segunda-feira (8), que a campanha deste ano foi marcada pela falência do sistema partidário. Rigotto disse que a legislação eleitoral favorece a reeleição e que a renovação do Congresso ocorre dentro de um "tsunami nessa loucura que foi a eleição".
— Foi uma campanha da infidelidade, da incoerência. Da falência do sistema partidário. Tem partidos que foram sacos de infidelidade. Sacos de incoerência. Isso atingiu todos os partidos — citando que o próprio MDB sofreu com esse fato por questões de "oportunismo" e de movimentos internos na direção de outros candidatos, que estão melhores colocados na disputa.
No entendimento de Rigotto, o apoio do MDB no Estado à campanha de Jair Bolsonaro não é novidade, pois diversos setores do partido tomaram essa decisão no primeiro turno. Rigotto evitou dizer seu alinhamento no segundo turno das eleições presidenciais, destacando que está assimilando o resultado antes de definir seu posicionamento. O ex-governador disse que, no momento, sua posição é a mesma de seu companheiro de chapa, que defendeu um projeto "que era uma alternativa à radicalização".
— Eu tenho de assimilar o resultado da eleição. Coisa que outros que não foram candidatos a presidente ou vice-presidente da República não tem a necessidade que eu tenho de assimilar o fato de que o nosso projeto não foi vitorioso. Isso eu vou fazer com muita tranquilidade, com muita calma, sem nenhuma precipitação — disse Rigotto.
O ex-governador também disse que o fato de seu companheiro de chapa não ter participado de outras eleições como candidato pode ter refletido no baixo rendimento no primeiro turno. Rigotto também citou o "voto útil" como outro desafio enfrentado pela coligação no pleito:
— Quando tu começa a crescer, começa a mostrar a cara, mostrar qual é o teu projeto. Simplesmente começa a campanha do voto útil para definir que tu teria de apoiar um candidato que poderia ou ganhar no primeiro turno ou chegar ao segundo turno e tinha de tirar votos dos que estavam atrás. Então, claro que isso atrapalhou.