O candidato do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, cumpriu agenda em Porto Alegre nesta segunda-feira (1º). O principal compromisso foi na Esquina Democrática, tradicional ponto de encontro para campanhas e atos políticos na capital gaúcha. Acompanhado de sua vice Sônia Guajajara (PSOL), e do candidato ao Piratini Roberto Robaina, também colega de partido, Boulos discursou para centenas de pessoas. Eleitores jovens, indígenas e ativistas de movimentos sociais, como sem-teto e membros da comunidade LGBTQ+, eram parcela expressiva do público.
Boulos chegou ao local marcado para o comício por volta das 18h30min. Enquanto companheiras de partido como Fernanda Melchionna, candidata a deputada federal, e Luciana Genro, a deputada estadual, discursavam, o presidenciável circulava pela militância, ouvindo reivindicações e posando para fotos. Boulos também atendeu a imprensa antes de subir ao palanque. Em conversa rápida, reforçou que a reta final da campanha é decisiva, e que o momento de polarização não ser desculpa para o voto útil.
— Essa é a hora de votar naquilo em que se acredita — disse o presidenciável, que complementou: — O Rio Grande do Sul tem uma das maiores taxas de desemprego do Brasil. Temos de retomar o desenvolvimento enfrentando privilégios. Dizem que falta dinheiro, mas não falta. Ele está é mal distribuído.
Sônia Guajajara, vice na chapa, assumiu o microfone antes de Boulos, e destacou.
— Nossa luta não é só indígena, é humanitária — destacou a candidata a vice, ressaltando estar feliz por feito uma campanha baseada na diversidade.
Boulos iniciou sua fala saudando os companheiros gaúchos de luta. Em seguida, lembrou a vereadora do Rio Marielle Franco, assassinada em março, afirmando que as ideias são à prova de balas. Ao gritar o nome da vereadora fluminense, o público respondia com "presente".
Em seguida criticou Jair Bolsonaro (PSL), bem como as declarações de seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB) sobre o 13º salário. O tom de crítica ao concorrente do PSL permeou a fala de Boulos e dos demais apoiadores.
— Vamos estar na linha de frente para derrotar o atraso e enterrar a política de Bolsonaro — bradou Boulos, que complementou: — É momento de depositar nossos sonhos na urna, não votar com ódio ou tampouco com medo.
Discurso da vice
Sonia Guajajara mostrou protagonismo no comício. Teve espaço de fala e demonstrou preocupação com as minorias, como negros, população carente, mulheres e indígenas.
Como a primeira concorrente da história a representar a comunidade indígena em uma eleição presidencial, ela movimentou pessoas que se sentiram contempladas com sua candidatura. Entre elas, o kaingang Nilson Pereira, 29 anos, estudante, que fez questão de ir para rua com família apoiar a estreia de uma candidata indígena em chapa para o Palácio do Planalto.
— É a primeira vez que nossa família se sente representada — desabafou, enquanto uma das filhas, Kãgfér (que significa sereno), 2 anos, tinha o rosto pintado com desenhos da etnia.