No segundo bloco do debate entre os candidatos a governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Miguel Rossetto (PT) e Roberto Robaina (PSOL) discutiram temas que foram sorteados.
Os nomes foram definidos conforme critério estabelecido pela legislação eleitoral, segundo o qual é obrigatória a participação dos postulantes cujos partidos tenham pelo menos cinco representantes no Congresso. Ficaram de fora Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo) e Paulo de Oliveira Medeiros (PCO), que teve registro indeferido mas ainda tenta reverter a decisão na Justiça.
No segundo tema sorteado no segundo bloco, saúde, Jairo colocou novamente o caso dos exames pré-câncer ao encaminhar pergunta para Leite. O candidato do PDT, afirmou que em quatro oportunidades a prefeitura foi alertada sobre indícios de problemas nos exames realizados na Unidade Bom Jesus. O tucano disse que os eleitores poderiam entrar no Facebook de sua campanha para ver um "ponto a ponto", explicando o assunto. Em seguida, disse que os problemas apontados na unidade eram em um âmbito geral.
— Essa manifestação dessas médicas que o senhor salienta aí foram em um estudo sobre a unidade, sobre outros temas, que isso aparecia no meio. Não era um alerta, uma insegurança de que apenas nessa unidade, e tem 50 unidades de saúde em Pelotas, tinha reduzido a zero, quando em anos anteriores tinha dois, três (casos de câncer identificados).
Não satisfeito, o candidato do PDT insistiu que o executivo municipal teve quatro oportunidades de resolver o problema, mas não tomou atitude:
— Foram quatro oportunidades. Teve uma reunião, chamou enfermeira-chefe da secretaria, discutiu, depois chamou, teve um memorando para a secretária da saúde, em julho de 2017. Um ano depois, o senhor diz que é denúncia anônima. Mas como é denúncia anônima, se teve um memorando, oficial, uma ata, uma reunião?
Ainda no segundo bloco, um dos temas foi a recuperação da economia. Ao questionar Jairo sobre os temas do oponente em relação ao caso, o candidato do PT afirmou que uma das alternativas para retomar o crescimento econômico é arrumar o Estado, oferecendo auxilio social de qualidade em áreas como a da educação:
— Um Estado arrumado é um estado capaz de oferecer uma boa escola pública, um estudo, uma educação de excelência, um sistema de segurança adequado, um sistema de saúde próximo do nosso povo. Por isso, tenho uma política contraia dessa política de ajuste pelo candidato Sartori e pelo candidato Leite. O ajuste deles sempre quem paga é o povo, disse, afirmando que quem defende essa política não tem um filho em uma escola pública o que depende de um posto de saúde.
Aproveitando o gancho de Rossetto sobre educação, Jairo aproveitou para falar sobre o tema, uma das principais bandeiras do PDT. O candidato afirmou que pretende fazer uma segunda revolução educacional no Estado, seguindo o exemplo do ex-governador Leonel Brizola:
— Para recuperar efetivamente a economia do nosso Estado, precisamos efetivamente investir na educação. Não existe outro caminho. (...) Eu acredito e defendo que é preciso uma segunda revolução educacional, possamos ter uma pedagogia inovadora, uma tecnologia na sala de aula, recuperar as escolas, ensino técnico, ensino profissionalizante, investir na formação e na valorização dos nossos mestres. Para isso, precisamos de recurso. Por isso estou propondo um fundo para educação a partir da lucratividade das empresas públicas.
No tema sobre indicadores de aprendizado e evasão escolar, Robaina disse, em questão a Sartori, que a "educação está abandonada no Rio Grande do Sul", afirmando que o governo do MDB ataca os servidores, "não pagando em dia os salários, não garantindo o piso do magistério" e que o Estado tem uma "situação salarial terrível" para os professores. O candidato do PSOL disse que o Rio Grande do Sul manteve a 15ª posição no ranking do Ideb e Sartori segue com discurso de "o gringo está certo". O atual governador se defendeu, citando que o problema da educação é nacional.
— Nosso problema é com a proficiência do ensino médio, onde praticamente no Brasil inteiro, nós não somos os únicos. É geral no Brasil. Nenhum Estado brasileiro atingiu a META do Ideb em 2017. Essa é a realidade. Nem em governos do PT e nem nos do PSDB.
Robaina rebateu, destacando que é evidente que o problema na educação é nacional, mas que Sartori segue com o discurso de que tudo está bem mesmo com a educação está em decadência no Rio Grande do Sul.
— Os professores com salário básico de R$ 1,2 mil é um escândalo. Os professores estão em uma situação desesperadora e vocês, do MDB, têm o costume de responsabilizar os servidores públicos pela crise. Como se fossem os servidores os responsáveis, complementando que o combate mais duro aos sonegadores pode gerar mais recursos para o Estado.
Sartori se defendeu afirmando que "ninguém combateu tanto a sonegação" como o atual governo, comandando por ele.
— Só nesses três anos e nove meses, foram R$ 3 bilhões recuperados.