A RBS TV está transmitindo nesta quarta-feira (3) o último debate entre candidatos ao governo do Estado antes da votação de domingo (7). Participam do encontro, que começou após a novela Segundo Sol, Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Miguel Rossetto (PT) e Roberto Robaina (PSOL). Os nomes foram definidos conforme critério estabelecido pela legislação eleitoral, segundo o qual é obrigatória a participação dos postulantes cujos partidos tenham pelo menos cinco representantes no Congresso. Ficaram de fora Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo) e Paulo de Oliveira Medeiros (PCO), que teve registro indeferido mas ainda tenta reverter a decisão na Justiça.
No primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si com temática de livre escolha. A ordem foi definida por sorteio prévio e o tempo para cada pergunta era de no máximo de 30 segundos. Na sequência, o candidato escolhido para responder teve 1min30s para falar, o concorrente que perguntou teve 1min para réplica e o que respondeu, mais 1min15s para tréplica.
Rossetto foi o primeiro a perguntar e direcionou seu questionamento a Sartori. O petista ironizou o o jingle o "gringo está certo" lembrando problemas como o déficit de efetivo policial, o índice de desemprego e atraso em salários dos servidores:
— Como pode estar certo, candidato?
Sartori alegou que recebeu o Estado quebrado e que o regime de recuperação fiscal é saída para que o Estado volte a se desenvolver.
— Desde que começamos o nosso governo, mostramos a realidade financeira do Estado e procuramos de todas a maneiras arrumar a casa. Criamos um ambiente totalmente favorável, que nos permitiu renegociar a dívida do Rio Grande do Sul. O nosso oponente questiona e pergunta como se tivesse terra arrasada, mas não fala que recebemos uma herança que não nos permitiu sequer fazer algum financiamento.
Sartori disse que a população está farta de promessas e que quer propostas concretas e reais dos candidatos. Ao citar a adesão ao regime de recuperação fiscal como solução para que o Estado volte a se desenvolver, questionou Jairo Jorge sobre quais são as propostas para aumentar os recursos. O pedetista se comprometeu em aproveitar as boas ideias de governos anteriores, inclusive as do seu concorrente do MDB. Jairo disse que, se eleito, pretende renegociar os termos do acordo com a união para aderir ao regime de recuperação fiscal:
— Temos de renegociar não no patamar que está, porque é importante entender que essa proposta de hoje engessa. Ela joga esses 11, 12 bilhões (de reais) para adiante. Ou seja, dá um calote. Temos de renegociar, sim, com altivez, vamos alongá-la, vamos ter capacidade de investir, porque é isso que o Rio Grande quer.
Sartori complementou, alegando que não é o momento de recomeçar do zero, defendendo sua reeleição. Quando o primeiro bloco se encaminhava para o final, Robaina se dirigiu a Eduardo Leite para falar sobre as denúncias envolvendo os exames de prevenção ao câncer de colo de útero em Pelotas.
— Vi na sua propaganda a preocupação em tentar afastar a responsabilidade que você teve em Pelotas. Isso é grave, porque os exames foram feitos por amostragem. Quero saber a sua opinião sobre isso — pontuou Robaina.
O tucano disse que, se Robaina tem provas, que as entregasse para as autoridades, pois o caso ainda está sendo investigado. Alegou que a prefeitura está fazendo o que pode para contribuir para o esclarecimento dos fatos.
— Nesta semana que passou, a prefeita de Pelotas, que acionou judicialmente este laboratório por conta destas denúncias gravíssimas, conseguiu uma decisão judicial para que esses exames sejam refeitos. É algo que nos deixa indignado — afirmou Leite.