O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, comentou, nesta quarta-feira (24), o indiciamento da jovem que relatou lesões no corpo ocorridas no dia 8 deste mês, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Após receber o laudo pericial que sugeriu automutilação ou lesão com o consentimento da vítima, a 1ª Delegacia de Polícia da Capital indiciou a mulher – que não teve o nome divulgado – por falsa comunicação de crime.
“Vão cobrar resposta sobre mais essa atitude suja ou fingir que nada aconteceu? Chamaram nossos apoiadores, homens, mulheres, idosos, pessoas de família, de nazistas a semana inteira e vai ficar por isso mesmo?”, escreveu no Twitter.
Usando palavras como “canalhas” e “vagabundos”, Bolsonaro acusou o PT de “mentir”. Na mensagem, o candidato usou uma imagem do adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT), em que o petista lamentava o suposto ataque sofrido pela vítima – o post de Haddad foi feito logo após as primeiras notícias sobre o caso.
No tuíte de 10 de outubro, Haddad diz que “há uma escalada da violência” e que “uma jovem de 19 anos foi praticamente sequestrada por três apoiadores de Bolsonaro e teve uma suástica entalhada no seu corpo com um canivete”.
Indiciamento em Porto Alegre
A Polícia Civil confirmou, na manhã desta quarta-feira (24), o indiciamento da jovem que relatou lesões no corpo ocorridas no dia 8 deste mês, na Rua Baronesa do Gravataí, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Após receber o laudo pericial que sugeriu automutilação ou lesão com o consentimento da vítima, a 1º Delegacia de Polícia da Capital indiciou a mulher, que não teve o nome divulgado, por falsa comunicação de crime. Em caso de condenação, a pena varia de seis meses a um ano de prisão.
O delegado Paulo César Jardim afirmou que irá encaminhar o inquérito até esta quinta-feira (25) para a Justiça. Ele disse que, em princípio, não encontrou motivação política ou por questões de orientação sexual nas lesões, o que foi cogitado inicialmente, já que a garota estava com um adesivo na mochila com um arco-íris e a inscrição "#Ele Não", em referência ao candidato a Bolsonaro. Para o delegado, a motivação envolve “problemas emocionais” da jovem. Segundo Jardim, a mulher toma medicamentos devido a ataques de pânico e recebe acompanhamento psiquiátrico.