Em uma mobilização inédita que reúne 39 entidades dos vales do Rio Pardo e Taquari e da Região Central, a campanha Duplica 287 aproveita a disputa eleitoral para antecipar seu pleito: a duplicação de 204 quilômetros da RS-287, de Tabaí a Santa Maria.
O objetivo é que a obra seja iniciada nos cem primeiros dias do próximo governo. GaúchaZH percorreu a rodovia para contar a situação de uma das principais ligações entre o centro do Estado e a Região Metropolitana. A reportagem foi publicada no fim de semana. Agora, questiona os sete candidatos sobre o que pede a campanha. Veja o que cada um respondeu por escrito.
Eduardo Leite (PSDB)
Reconhecemos a legitimidade do movimento para a duplicação da RS-287, uma rodovia importantíssima para o escoamento da produção. Nosso plano para atualizar a infraestrutura sucateada do RS é desenvolver um amplo e acelerado programa de concessões. Num Estado em que em todas as regiões há deficiência no setor de transporte, estaria enganando o cidadão e o movimento se me comprometesse com um projeto específico em período tão curto.
O que podemos garantir é que certamente a RS-287 estará presente em nosso plano como prioridade.
E enganar não é o nosso método de trabalho. O que podemos garantir é que certamente a RS-287 estará presente em nosso plano como prioridade, assim como outras estradas estratégicas. E que o projeto e o início das obras de duplicação terão início o mais rápido possível.
Jairo Jorge (PDT)
Conheço sim o movimento promovido pela sociedade civil para duplicação da RS-287. Em meu programa de governo, defendo a parceria com a iniciativa privada para obras de infraestrutura de duas formas.
Em meu programa de governo, defendo a parceria com a iniciativa privada para obras de infraestrutura.
A primeira é por meio de PPP (parceria público-privada). Outra é uma proposta inovadora chamada de Lei de Incentivo à Infraestrutura, aos moldes das leis de incentivo à cultura e ao esporte. Empresários poderão abater do ICMS os recursos utilizados para realização de obras, desde que seja 20% mais barato do que realizado pelo Estado e mais rápido.
José Ivo Sartori (MDB)
Temos conhecimento da campanha pela duplicação da RS-287 e apoiamos a iniciativa, pois sabemos da importância dessa rodovia para a economia e a infraestrutura de transportes do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma via que liga a Fronteira Oeste e o Centro do Estado à Região Metropolitana, formando, com a BR-386 e a BR-116, um corredor de exportação para o Porto do Rio Grande.
Nossa meta é concluí-lo ainda este ano, com a premissa de duplicá-la a partir de investimentos em parceria com a iniciativa privada.
É por isso que a RS-287, entre Tabaí e Santa Maria, consta no Programa de Concessão de Rodovias, que, no momento, está sendo finalizado pela Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Nossa meta é concluí-lo ainda este ano, com a premissa de duplicá-la a partir de investimentos em parceria com a iniciativa privada.
Julio Flores (PSTU)
Iniciaremos os programas com investimentos na RS-287 de imediato, com o ritmo determinado pelas prioridades estabelecidas pelos conselhos populares. A duplicação da RS-287 significa grande incentivo para o desenvolvimento econômico e social do Estado. Nossa política para a infraestrutura é, com os conselhos populares, definir as prioridades que o Plano de Obras Públicas executará.
Iniciaremos os programas com investimentos na RS-287 de imediato.
Esse plano, que garantirá as obras de infraestrutura, habitação, escolas, creches, postos de saúde e hospitais, será financiado com o incremento da receita que virá por meio da suspensão do pagamento da dívida com a União, do fim das isenções fiscais, confisco de bens de sonegadores, cobrança da dívida da Lei Kandir e imposto sobre grandes fortunas.
Mateus Bandeira (Novo)
Nosso compromisso é com o ajuste das contas para que o governo possa voltar a desempenhar sua função: garantir serviços qualificados e eficientes à população. A duplicação da 287 é, sem dúvida, uma pauta importante, por se tratar de um dos principais corredores rodoviários do RS. Por isso, defendemos uma política urgente e clara de atração de recursos privados de investimento, seja via concessões ou parcerias público-privadas (PPPs).
Nosso compromisso é com o ajuste das contas.
Miguel Rossetto (PT)
No governo Tarso Genro, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assumiu o trecho da RS-287 entre Tabaí e Paraíso do Sul. Neste período, foi iniciada a obra do Trevo Fritz e Frida em Santa Cruz do Sul e anunciado o projeto para duplicação da rodovia.
Em mais de três anos, o governo José Ivo Sartori apenas concluiu a obra do trevo, sem realizar nenhuma melhoria nas condições da estrada, que vem piorando. O único projeto de Sartori para a rodovia é sua privatização, que, como quase tudo nesse governo, não saiu do papel. Nós iremos, por meio da EGR e sem privatização, continuar com o projeto original e fazer a duplicação da RS-287, com a participação da comunidade na elaboração e no monitoramento dos contratos.
Nós iremos, por meio da EGR e sem privatização, continuar com o projeto original e fazer a duplicação da RS-287.
Roberto Robaina (PSOL)
Estamos cientes da campanha. Sim, vamos iniciar os investimentos na obra. Nosso plano para as estradas passa pelo fortalecimento da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e pela recuperação da capacidade de investimento do Estado a partir das mudanças estruturais no eixo das finanças públicas, com o combate à sonegação e o corte das inúmeras isenções fiscais injustificadas.
Sim, vamos iniciar os investimentos na obra (nos cem primeiros dias de mandato).