O general Hamilton Mourão (PRTB) disse, nesta quinta-feira (27), que não defendeu o fim do 13º salário, e que suas palavras foram distorcidas. Mourão afirmou que, após a polêmica causada por suas declarações, pretende se impor um "silêncio obsequioso".
— Vou ficar igual ao frei Leonardo Boff. Vou ficar em silêncio obsequioso. É uma boa linha de ação — disse ele, que no fim de semana pretende visitar o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Em palestra a lojistas gaúchos, o vice da chapa de Bolsonaro disse que o 13º salário e o adicional de férias são "jabuticabas", que só ocorrem no Brasil. Houve reação e o próprio Bolsonaro contestou a fala por meio de uma publicação no Twitter.
Mourão afirmou que "não se sentiu desautorizado" por Bolsonaro e "nem constrangido", e que não pensou em se afastar da campanha.
— Estamos em combate e, quando a gente está em combate, ocorrem estas coisas.
Segundo ele, antes de divulgar mensagem no Twitter, Bolsonaro lhe mandou a íntegra do texto informando o teor.
— E eu achei que estava muito bem colocado e disse a ele: siga em frente.
Na rede social, Bolsonaro afirmou que o 13º é cláusula pétrea e que quem o critica "confessa desconhecer a Constituição".
O general afirmou que não se sentiu desautorizado.
— Não falei o que estão dizendo que eu falei. Falei dentro de um contexto de gerenciamento — disse.
Segundo ele, foi "um alerta sobre o custo extra para os empresários e os próprios governos, de um planejamento gerencial necessário para que o 13º salário seja pago"
— Trata-se de um custo social, que faz parte do chamado custo Brasil — disse.
Mourão afirmou ainda que "obviamente" não é contra o pagamento do 13º salário "porque não posso ser contra algo que eu recebo".
— O problema é que, dentro deste contexto que estamos vivendo, a pessoa pega e distorce. Estou aguardando a onda passar — afirmou o militar.