Um dia depois do ataque ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), seu vice, general Hamilton Mourão, afirmou em entrevista à GloboNews que o partido está trabalhando para "moderar o tom" e reorganizar a campanha. De acordo com Mourão, o "Estado-Maior" do partido irá se reunir e definir as novas estratégias em dois ou três dias.
— Hoje (sexta-feira, dia 7) Bolsonaro me ligou e me disse que vamos moderar o tom,porque nosso grande objetivo, se formos eleitos, é governar para todo o Brasil e não para pequenos grupos. Sem união não chegamos a lugar nenhum (...). Nós estamos lançando pequenos vídeos, fazendo contato com os cabeças de chave nos diferentes Estados e passando a palavra de ordem: reduzir as tensões. Não adianta haver confronto neste momento, não faz bem para ninguém e é péssimo para o país — afirmou.
Questionado sobre as declarações em que insinua a possibilidade de uma intervenção militar no país, o general admitiu que, em situação hipotética de anarquia, pode haver um "autogolpe" por parte do presidente com apoio das Forças Armadas, mas reforçou que não prega um golpe militar. Já sobre sua relação com o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que morreu em 2015 e chefiou o órgão de repressão política da ditadura (DOI-Codi), Mourão afirmou que sempre o considerou um "homem de determinação e coragem":
— Ele me ensinou muita coisa. Tem gente que gosta de Carlos Marighella, um assassino, terrorista. Houve uma guerra (no regime militar). Excessos foram cometidos? Excessos foram cometidos. Heróis matam.