Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade na manhã desta sexta-feira (21), a candidata à Presidência Marina Silva (Rede) disse que as pesquisas eleitorais não podem dividir o país. Para a ex-ministra, o Brasil precisa se afastar da polarização, neste momento cristalizada entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
— A população não precisa ficar entre a cruz da corrupção e a espada da violência. No primeiro turno, as pessoas têm o direito em votar em quem acreditam — afirmou Marina.
A candidata foi a primeira participante de uma nova série de entrevistas com os candidatos à Presidência ao programa da Rádio Gaúcha. Na conversa de 20 minutos, Marina também definiu as pesquisas eleitorais — segundo as quais, está em curva decrescente — como "um retrato do momento".
— As pesquisas não podem impor um plebiscito ao país. As pessoas que ainda não escolheram o seu voto ainda são maiores do que as duas candidaturas do extremo. Eu quero unir o Brasil, não articular a política do ódio que nos levará a mais violência e polarização. O país já sofreu muito com essa prática. Tem um candidato que diz que vai resolver as coisas com base na força. Nós vamos resolver com base em propostas — acrescentou.
A ex-ministra mencionou a carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, divulgada na quinta-feira (20), pedindo a união contra candidatos radicais para evitar agravamento da crise. Segundo Marina, esse é um "momento difícil" da história do país e é preciso "respeitar a vontade soberana".
Questionada se ressuscitaria a CPMF, conforme defendeu o guru econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, a ex-ministra negou. O assunto provocou ruído na campanha do militar.
— Houve um curto-circuito no Posto Ipiranga e parece que temos um princípio de incêndio. O Brasil precisa resolver ao problema das contas públicas, mas não aumentando impostos que irão prejudicar os mais pobres — pontou.
Marina também defendeu uma reforma tributária baseada na simplificação de impostos e na redefinição do pacto federativo e uma reforma da Previdência. Porém, "não a do Temer". Segundo a candidata, a proposta de Michel Temer (MDB) "só ouviu os empresários e esqueceu dos trabalhadores".
— A reforma da Previdência precisa encarar privilégios — afirmou Marina, após defender um sistema de transição para o regime de capitalização.
Ouça a entrevista completa: