Circula nas redes sociais a informação de que o grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, no Facebook, teve o número de seguidoras inflado artificialmente por meio de uma artimanha — originalmente, seria um grupo de humor que tido o nome trocado para se tornar uma campanha contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Porém, essa informação é falsa.
Os boatos variam. Uns afirmam que o grupo de humor seria da página Gina Indelicada (exclusivamente feminino, com 800 mil inscritas), outros dizem que seria da Gina Sincera. Entretanto, o Facebook registra que o Mulheres Unidas Contra Bolsonaro foi criado no dia 30 de agosto de 2018. Segundi a rede social, a data de criação de um grupo não pode ser modificada. A empresa também confirma que o grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro nunca mudou de nome nesse período.
Entre os argumentos dos que sustentam que o grupo foi "comprado", está a diferença entre o número de membros que o Facebook exibe quando se faz uma busca pelo grupo e quando se consulta os inscritos (uma diferença de 800 mil perfis). Os boatos dizem que esse seria o número de pessoas que saíram do grupo quando perceberam a mudança de nome.
Consultado pelo site Buzzfeed, o Facebook explicou que "essa discrepância acontece porque o número visível dentro do grupo, que é fechado, inclui pessoas que foram convidadas mas ainda não responderam ou não tiveram seu nome analisado pelas administradoras".
Segundo o site Hoje em Dia, o criador do personagem Gina Indelicada, Henrique Lopes, afirmou que a informação da venda do grupo é falsa. "Segundo ele, todos os grupos da Gina, incluindo os antigos, permanecem inalterados e podem ser acessados pelos usuários", disse.
Diversas contas no Twitter e no Facebook espalharam a informação falsa. Entre as mensagens que mais viralizaram, está um tuíte do perfil @Anacgraf2, que, na tarde de 14 de setembro, tinha mais de 2,8 mil curtidas e 1,2 mil retuítes. Já um post no Facebook da página Eu sou mais Brasil passou dos 18 mil compartilhamentos. No material da página, também foi publicada a informação de que Bolsonaro "é líder absoluto entre as mulheres que gostam de depilar as axilas" — frase sem sustentação, uma vez que esse critério não é avaliado nos levantamentos.
Além do Hoje em Dia e do Buzzfeed, essa alegação também foi verificada pelo Catraca Livre e pelo e-Farsas.
Atualização
O grupo foi hackeado e o seu nome foi alterado na noite de sábado, 15 de setembro, como relata GaúchaZH.
Falso
O Facebook confirma que o grupo foi criado no dia 30 de agosto de 2018 e que nunca mudou de nome.
Projeto Comprova
Este texto foi originalmente publicado no site do Projeto Comprova. A evidência foi checada pelos veículos parceiros Jornal do Commercio e Piauí.
O Comprova é um projeto que reúne jornalistas de 24 diferentes veículos de comunicação brasileiros, incluindo GaúchaZH, para descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas durante a campanha presidencial de 2018.