Em Caxias do Sul para agenda de campanha nesta quinta-feira (27), o candidato a presidente da República do PT, Fernando Haddad, assegurou que a vontade do PT é estar junto com o PDT no segundo turno. A resposta foi dada ao ser questionado pela imprensa sobre a declaração do candidato pedetista à Presidência Ciro Gomes, durante debate do SBT na quarta-feira (26), de que prefere governar sem o PT.
— No Ceará não é verdade. Lá no Ceará, o PT governa junto com o PDT e é o Estado dele, não faz sentido. Nós somos muito próximos. Nós estaremos juntos no segundo turno, eu tenho certeza disso. Posso te assegurar que a nossa vontade é estar junto — disse Haddad. No Ceará, o candidato a governador é Camilo Santana, do PT, e a vice é Izolda Cela, do PDT.
O candidato chegou no aeroporto de Caxias do Sul pouco antes do meio-dia. Do candidato a governador Miguel Rossetto (PT), recebeu orientações do que deveria falar durante o comício no centro da cidade enquanto aguardavam a candidata a vice Manuela D'Ávila (PCdoB). Ela vinha de Belo Horizonte e precisou mudar a rota para Porto Alegre, pois o aeroporto de Caxias ficou sem condições de pouso minutos após a chegada de Haddad.
Na praça Dante Alighieri, o petista chegou por volta de 12h30min, duas horas e meia depois do horário marcado para o ato. Em um carro de som, discursou por quase 10 minutos ao lado de Rossetto, Ana Affonso (PT), candidata a vice-governadora, Abigail Pereira (PCdoB), que disputa o Senado, Pepe Vargas, presidente estadual do PT e candidato a deputado estadual, e do ex-governador Olívio Dutra (PT), entre outros nomes em campanha.
— Aqui no RS se produz muita coisa que interessa ao país e eles só pensam em vender patrimônio, vender o Banrisul e a empresa de saneamento. Nós não queremos vender nada. O Banrisul tem de continuar estatal — defendeu.
Haddad falou também da quantidade de empregos gerados durante o governo Lula em Caxias do Sul, por conta do programa de compra de ônibus escolares, e em Rio Grande, com as contratações no polo naval:
— Duas coisas que os gaúchos dão exemplo: trabalho e educação. Garantiu trabalho e garantiu educação, todo o resto se resolve.
Veja o que Haddad disse em Caxias do Sul
Emprego
"Nós temos de usar aqui no RS e em geral as compras governamentais para reativar a economia da indústria local. Vou dar um exemplo. Nós temos aqui em Caxias uma das maiores produtoras de carroceria de ônibus. Nós compramos, em um programa que eu criei — chamado Caminho da Escola, no governo Lula — mais de 35 mil ônibus escolares, uma boa parte produzida aqui no RS. O polo naval que instalamos na região, os estaleiros, todos parados. O que está faltando? Usar o poder de compra do próprio governo federal para alavancar a produção local. Nós vamos usar as compras governamentais para fazer novas encomendas para a indústria. Sem isso, o RS não consegue reativar a sua indústria. Fora tudo o que a gente fez na metade sul do RS, (como) a Unipampa, que levou muitas oportunidades de educação, e os institutos federais do RS. É aquela combinação que eu tenho insistido: trabalho e educação. É isso que vai tirar o Brasil da crise e o RS pode contribuir porque tem sobra de talentos. É um Estado desenvolvido, com potencial, houve investimento no passado longínquo em educação, ou seja, é um povo que está preparado para ajudar o Brasil a voltar a ser feliz."
Segundo turno
"A gente não antecipa resultado eleitoral, não fica bem, não é elegante. Vamos continuar trabalhando, temos até o dia 7 para trabalhar. Pode parecer que não, mas oito dias é muito tempo para uma campanha. "
Sobre declaração de Ciro Gomes de governar sem o PT
"No Ceará não é verdade. Lá no Ceará, o PT governa junto com o PDT e é o Estado dele, não faz sentido. Nós somos muito próximos. Nós estaremos juntos no segundo turno, eu tenho certeza disso. Posso te assegurar que a nossa vontade é estar junto."
Títulos eleitorais cancelados
"Não me atenho a decisão, porque acho que tem gente de boa fé que pode ter perdido o prazo, mas quer votar. Às vezes uma pessoa que mora no campo, uma pessoa que tem deficiência, tem várias situações. Penso que pode gerar uma certa frustração nessa pessoa, não estou nem preocupado com a questão do resultado eleitoral, estou preocupado com o cidadão mesmo que vai chegar no dia e não vai poder votar. Me solidarizo com essas pessoas."