Oito candidatos à Presidência da república participaram do debate promovido pelo SBT no fim da tarde desta quarta-feira (26) — todos pertencentes a partidos ou coligações com ao menos cinco representantes no Congresso Nacional (Câmara e Senado), segundo determina legislação eleitoral. Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) fizeram questionamentos entre si e responderam perguntas de jornalistas. Jair Bolsonaro não pôde participar porque se recupera de um ataque a faca sofrido em 6 de setembro.
No primeiro dos três blocos do programa, os candidatos escolheram um adversário para colocar questões. Temas como educação, desenvolvimento regional, desemprego, economia, saúde e desenvolvimento humano permearam as discussões. Boulos abriu a série perguntando a Alckmin sobre a situação das escolas em São Paulo. O tucano disse que, em sua gestão no governo do Estado, o Ideb cresceu e que nenhuma escola foi fechada. Em seguida, Ciro questionou Haddad sobre planos para desenvolvimento regional. O petista disse que conhece bem o Brasil por ter viajado ao lado do ex-presidente Lula, e o pededista replicou afirmando que o futuro presidente tem de conhecer a geografia econômica do país.
Já cabo Daciolo escolheu Ciro para saber sobre saúde pública e porque ele foi para um hospital privado quando ficou doente recentemente. O postulante pelo PDT destacou que é preciso revogar a emenda 95 — que congela gastos em saúde e educação por 20 anos — e que optou por ser atendido em uma instituição particular justificando que não é demagogo e que tem condições de pagar por um plano de saúde. Alckmin quis saber de Alvaro Dias como diminuir a falta de moradia e de empregos, e a resposta foi que é preciso romper com o sistema perverso. Já o representante petista indagou Marina se ela concorda com o teto de gastos e a reforma trabalhista. A presidenciável pela Rede afirmou que é necessário conter os gastos públicos, mas não congelamento de investimentos.
O segundo bloco contou com questões feitas por jornalistas do SBT, do jornal Folha de S.Paulo e do portal UOL. Débora Bergamasco (SBT) quis saber de Ciro se ele faria aliança com o PT, caso eleito, e o pedetista disse que não. Fernado Canzian (Folha) questionou Haddad se não seria um candidato "teleguiado" por Lula — o petista aproveitou para alfinetar Ciro dizendo que o pedetista o havia convidado para vice. Diogo Pinheiro do portal UOL acionou Meirelles sobre a possibilidade de Michel Temer compor seu governo. O emedebista desconversou justificando que escolhe sua equipe pela competência.
O terceiro bloco voltou a ter enfrentamento entre os candidatos. Marina interpelou Alvaro Dias para que falasse sobre suas propostas para acabar com o desemprego feminino. O candidato do Podemos explicou que é preciso espaço para a participação da mulher e que políticas púbicas voltadas a elas tem de ser comandadas por representantes femininas. O tema voltou à pauta quando Boulos questionou cabo Daciolo sobre proposta de Jair Bolsonaro que aumentaria impostos e que prejudicariam famílias de baixa renda, muitas comandadas por mulheres. O ex-bombeiro disse que é contra e aproveitou para fazer dedicatória à mãe e à esposa.
Ao final do programa, os candidatos tiveram um minuto para suas considerações finais.