Ana Affonso filiou-se ao PT em 1998, mesmo ano em que Miguel Rossetto tornou-se vice-governador eleito, ao lado de Olívio Dutra. Hoje, é dela o papel de vice de Rossetto. Outra coincidência: na Escola Estadual Villa Lobos, em São Leopoldo, foi aluna da mãe do atual companheiro de chapa.
Vereadora na mesma cidade, Ana Affonso é professora e já foi deputada estadual. Ela é a sexta entrevistada da série de GaúchaZH com os vices. A publicação segue a ordem das entrevistas dos candidatos a governador.
Qual a principal característica que uma vice-governadora precisa ter?
O papel da vice é de muita responsabilidade. Tem de zelar pelos interesses da população e representar o governador em suas ausências, tomar as decisões que precisam ser tomadas. Também é preciso ter muita firmeza em relação ao compromisso assumido de um governo com essa dimensão.
Se eleita, como pretende colaborar com o governador?
Temos uma concepção política, somos do mesmo partido. Fui vereadora e deputada estadual. Pretendo cumprir essa tarefa com atitude, junto ao governador, não sendo um artefato, um acessório, mas tendo colaboração ativa, dividindo tarefas de igual para igual e tendo opinião sobre as questões do Estado. Quero agregar ao nosso trabalho a questão das mulheres. Sei o quanto as mulheres são prejudicadas nas políticas públicas em geral. É um segmento que sofre com vários temas sociais, como o desemprego, o sucateamento da saúde e a falta de qualidade da estrutura nas escolas. Quero somar esse olhar ao governo do Estado, para que todas as políticas que a gente execute tenham esse recorte de gênero.
Há alguma causa ou assunto mais específico com o qual planeja se envolver se for eleita?Quero me envolver diretamente na questão das mulheres, pois acho que tenho condições de agregar meu olhar e contribuir. E também quero me envolver na educação. Não quero substituir nenhum secretário. Mas trago a educação na minha trajetória. Como sou educadora da rede pública, estou, assim como o Rossetto, muito preocupada com esta questão. Quero buscar soluções para melhorar os índices de qualidade, resolver questões da evasão escolar, que é enorme. É preciso pensar em uma escola que dialogue com a realidade da expectativa juvenil. Além disso, temos colégios que estão muito precarizados. Na elaboração do nosso projeto de governo, pensamos em um fundo para servir na estruturação física das escolas. Teremos de ser muito ativos, buscando também recurso federal ou financiamento internacional.
Cite um exemplo de vice que a senhora admira.
Me filiei ao PT em 1998, quando Olívio Dutra ganhou a eleição ao governo do Estado. Casualmente, Rossetto era o vice. Ele atuava pela participação popular, gosto desse perfil de diálogo com a população. Hoje sou vereadora em São Leopoldo, onde temos pela primeira vez uma vice mulher, professora Paulete. Ela é ativa nas comunidades e tem linha própria de atuação, ao mesmo tempo em que colabora com o prefeito. Fico contente que uma mulher negra, professora,participante das comunidades, ocupe esse cargo na cidade.