Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (25), o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou que considera “instinto de sobrevivência” e “normal” que sua base aliada — Partido Progressista (PP) e Democratas (DEM) — no Rio Grande do Sul apoie Jair Bolsonaro (PSL) na disputa. O tucano foi o terceiro entrevistado na série com os presidenciáveis no programa Atualidade
— Quem respondeu bem foi Ana Amélia (PP). Ela disse: “Olha, é o chamado instinto de sobrevivência”. Não tenho nenhum problema, isso aí é normal. Cada um vê a sua circunstância. Eu não vou me incomodar com isso, o que interessa é o eleitor.
Com as últimas pesquisas mostrando a média de votos no mesmo patamar desde o início da campanha — entre 9% e 10% — Alckmin defendeu suas intenções de voto e fez uma relação direta entre Bolsonaro e PT.
— Primeiro, na pesquisa publicada ontem, nós já crescemos mais um ponto, a rejeição caiu e nós vencemos os dois candidatos que estão pontuando à frente — observou. — Tem eleitores que, como não querem a volta do PT, tem medo, eles olham a pesquisa, veem que o Bolsonaro está na frente e vão de Bolsonaro, mas é o passaporte para o PT voltar. Porque a rejeição do Bolsonaro é a maior de todas e no segundo turno ele perde de todos — completou.
O candidato do PSDB afirmou que, caso eleito, não irá aumentar os impostos e defendeu a unificação dos regimes privado e público da Previdência, com regras específicas para as Forças Armadas. Ele propõe idade mínima menor para as mulheres começarem a receber o benefício do INSS e transição para quem está perto de se aposentar.
Indagado sobre as estatais Petrobras e Banco do Brasil (BC), Alckmin deixou claro sua intenção de “quebrar o monopólio do refino”, do gasoduto e do transporte, no caso da petrolífera, ao abrir para o setor privado. A estatal, segundo o candidato, deve se ater a pesquisa e prospecção de retirada de petróleo. Já o BC “continua, é um grande banco. O problema não é banco demais, é banco de menos”, afirmou Alckmin, comparando a grande quantidade de bancos do Brasil com a dos Estados Unidos.