O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro (PSL), declarou na segunda-feira (24) considerar que o ataque à faca que recebeu no último dia 6, em Juiz de Fora (MG), teve motivação política e sugeriu que o delegado da Polícia Federal (PF) que cuida do caso pode estar agindo para abafar o caso.
Em entrevista em vídeo gravada para a rádio Jovem Pan, o presidenciável disse ainda que deve ter alta do hospital até o final do mês - antes, portanto do 1º turno -, mas que não irá voltar tão cedo à campanha nas ruas por causa de sua condição debilitada.
— Entendo que foi planejado. Foi político, sem a menor dúvida. Me tirando do combate, os próximos três ou quatro da relação são parecidos — disse Bolsonaro, em referência a seus adversários na disputa.
— Ele deu a facada e rodou, para me matar mesmo. O cara sabia o que estava fazendo — reforçou.
Líder nas pesquisas, o capitão reformado do Exército ainda contestou a linha de investigação adotada pela Polícia Federal sobre o caso.
— Acredito que o Adélio não agiu sozinho. A tendência natural de um ato como aquele é ser linchado, então ele foi para a missão com a certeza que não seria linchado, que teria gente ao lado dele — avaliou.
— Pelo que ouvi dizer, não tenho certeza ainda, a Polícia Civil de Juiz de Fora está bem mais avançada que a PF. O depoimento do delegado que está conduzindo, realmente é para abafar. Eu lamento o que ouvi ele falando. Dá a entender até que age em parte como uma defesa do criminoso. Isso não pode acontecer.
Após ouvir mais de 30 pessoas, quebrar os sigilos financeiro, telefônico e telemático de Adélio, o delegado federal Rodrigo Morais e sua equipe não encontraram nenhum indício de que o autor da facada tenha agido a mando de outra pessoa ou grupo.
Campanha
Na primeira entrevista em vídeo gravada desde o incidente, Bolsonaro se emocionou em alguns momentos e chegou a chorar ao ouvir o filho Flávio contar como recebeu a notícia no dia. Ele também admite que não deve participar de atos de campanha antes do fim do primeiro turno.
— Receberei alta no dia 31 (sic), antes das eleições. Mas, a recomendação é que eu fique em casa. Na situação em que estou, se eu levar um esbarrão posso botar tudo a perder. Então não posso ir às ruas novamente — comentou.
O candidato também rebateu acusações como as formuladas por Marina Silva (Rede), para quem ele foi vítima da violência que prega.
— É exatamente o contrário. Sou vítima daquilo que combato — disse o deputado, que também pregou leis mais duras contra este tipo de crime.
— Prefiro a cadeia cheia de vagabundo a cemitério cheio de inocente.