Ter mais seguidores no Twitter não garante boa performance. Entre os presidenciáveis, Marina Silva (Rede) lidera com 1,8 milhão, mas tem desempenho fraco em interações (326 mil) – 10 vezes menos do que o adversário do PSL Jair Bolsonaro (3,6 milhões), com 1,4 milhão de seguidores.
— As redes da Marina foram construídas em 2010, quando o Twitter era a grande plataforma de conversa, mas, ao longo do tempo, fãs dela foram se dispersando e, na contramão, Bolsonaro cresceu — diz Moriael Paiva, da Ideia Big Data.
Fábio Malini, da Ufes, explica que, tanto o Twitter quanto o Facebook, dependem do ecossistema em torno do candidato — discussão de eleitores e a mídia do próprio partido –, que funciona como acelerador do conteúdo.
O mesmo vale para os postulantes ao Piratini. Com 6,7 mil seguidores, Mateus Bandeira (Novo) consegue interagir três vezes mais com os internautas do que o candidato à reeleição José Ivo Sartori (MDB), que têm 74 mil seguidores. O governador soma 13,4 mil interações, enquanto Bandeira tem 46,8 mil, na primeira colocação.
Geraldo Alckmin (PSDB) vai especialmente mal no Twitter, com total de interações menor do que o de todos os cinco melhores colocados nas pesquisas de intenção de voto para Presidência.
— A mensagem do Alckmin não cola. Hoje em dia temos dois meta-temas: desemprego e segurança. Os concorrentes, em geral, têm visões muito diferentes de soluções para ambos e ele quer se colocar no centro. Não consegue representar nenhum dos polos e fica esvaziado — afirma Marco Aurélio Ruediger, da Fundação Getulio Vargas.
Além de Bandeira, no plano estadual, o candidato do Novo ao Palácio do Planalto é outro exemplo de que é possível fazer muito com pouco. João Amoêdo repete no Twitter o desempenho excepcional obtido no Facebook. No quesito engajamento, é o segundo melhor entre os presidenciáveis (1,2 milhão de interações), superado apenas por Bolsonaro. No total de seguidores, Amoêdo soma 174 mil, que o colocam na sétima posição do quesito entre os 13 que disputam a Presidência.