Índice acessório nas pesquisas eleitorais, a taxa de rejeição representa um componente relevante em um cenário político indefinido como o atual. Ao retratar os candidatos em quem o eleitor não escolheria "de jeito nenhum", o percentual demonstra a quantidade de votos que o concorrente dificilmente conseguiria reverter para si.
— É uma taxa importante para entender o potencial de cada candidatura. Ou seja, com essa informação, pode-se analisar o potencial de crescimento dos candidatos — explicou, por e-mail, a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.
Para medi-la, o Ibope pergunta aos entrevistados: "Dentre estes candidatos a presidente da República, em qual o senhor não votaria de jeito nenhum? Mais algum? Algum outro?". De acordo com Márcia, é um questionamento com múltiplas respostas. Por isso, o eleitor pode mencionar mais de um candidato no qual não votaria de jeito nenhum.
Na mais recente pesquisa Ibope, divulgada na segunda-feira (20), Jair Bolsonaro (PSL) aparece como o líder em rejeição, com 37%, seguido de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 30%. Geraldo Alckmin (PSDB) tem rejeição de 25% dos entrevistados, Marina Silva (Rede), de 23%, e Ciro Gomes (PDT), de 21%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, os três candidatos estão empatados tecnicamente.
Ainda segundo o Ibope, a rejeição a Fernando Haddad (PT) é de 16%. Henrique Meirelles (MDB) aparece com 13%, Alvaro Dias (Pode) e Eymael (DC), com 11% e João Amoêdo (Novo) e Vera Lúcia (PSTU), com 10%.
Líderes em rejeição, Lula e Bolsonaro também são os primeiros colocados em intenção de voto, com 37% e 18%, respectivamente. Segundo o cientista político da UFRGS Rodrigo González, é comum que os candidatos melhor posicionados também tenham elevadas taxas de rejeição porque, normalmente, são os mais conhecidos do eleitorado.
— O índice de rejeição mede o nível de conhecimento que o público tem do candidato. Por isso, os mais conhecidos pontuam mais. Já os candidatos "menores" nem aparecem porque, como são desconhecidos, acabam nem sendo rejeitados — analisa González.
De acordo com o professor, o índice de rejeição também possibilita a análise do teto de votos de um concorrente em um eventual segundo turno — momento em que os candidatos precisam buscar um público mais amplo do que o seu eleitorado.
— Ao ter uma alta rejeição, a probabilidade de o candidato mudar um voto desfavorável para um favorável é muito pequeno — acrescenta o cientista político.
O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios de 17 a 19 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um intervalo de confiança de 95%. O levantamento está registrado no TSE sob o número BR-01665/2018.
A taxa de rejeição dos candidatos à Presidência:
Jair Bolsonaro (PSL) — 37%
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — 30%
Geraldo Alckmin (PSDB) — 25%
Marina Silva (Rede) — 23%
Cirio Gomes — 21%
Fernando Haddad (PT) — 16%
Henrique Meirelles (MDB) — 13%
Alvaro Dias (Pode) — 11%
Eymael (DC) — 11%
João Amoêdo (Novo) — 10%
Vera Lúcia (PSTU) — 10%