A juíza eleitoral de Coroatá (MA), Anelise Nogueira Reginato, determinou a inelegibilidade por oito anos do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), por suposto abuso de poder econômico nas eleições municipais de 2016. A decisão é de primeira instância e passível de recurso ao Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) e outras instâncias.
Dino foi acusado de usar o programa de asfaltamento de ruas do governo estadual para beneficiar o candidato Luís da Amovelar (PT) nas eleições para a prefeitura de Coroatá, em 2016, contra Teresa Murad (MDB). Teresa é mulher do empresário Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney. Coroatá é o berço político da família Murad.
Em sentença proferida na segunda-feira (6), a juíza cita um áudio no qual o secretário de Comunicação Social e Assuntos Políticos do Maranhão, Márcio Jerry, um dos homens fortes de Flávio Dino, promete a entrega do asfalto "com as eleições do ( ) dia 2 de outubro".
Polícia de Flávio Dino espiona lideranças da oposição que podem "causar embaraços nas eleições".
"Logo, depreende-se claramente de toda a manifestação feita pelo representado Marcio Jerry que o asfaltamento do município de Coroatá somente teria continuidade se fosse eleito prefeito do município o representado Luís Mendes Ferreira Filho (Luís da Amovelar)", diz a sentença.
Contraponto
No Twitter, Flávio Dino afirmou que a decisão é "factoide" e "desespero" dos seus adversários políticos. "Amanhã irei pleitear normalmente meu registro ao TRE, que será deferido nos termos da lei. Fui juiz federal por 12 anos, sou professor de Direito Constitucional há 25 anos e, por isso, não levo a sério armações do grupo Sarney/Murad", declarou o governador