O senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) anunciou, nesta sexta-feira (19), que pretende se candidatar novamente à Presidência da República nas eleições de outubro.
— Digo a vocês que esse é um dos momentos mais importantes da minha vida pessoal. Hoje, a minha decisão está tomada: sou, sim, pré-candidato à Presidência da República — afirmou o senador alagoano, que participou de um evento na cidade de Arapiraca.
Apelidado de "caçador de marajás", Collor venceu em 1989 a primeira eleição direta após a redemocratização do país, derrotando vários candidatos – entre eles Leonel Brizola (PDT), Ulysses Guimarães (PMDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem disputou o segundo turno. O alagoano ficou no cargo entre 1990 e 1992, quando sofreu impeachment, por suspeita de corrupção.
Réu na Lava-Jato
No ano passado, o senador tornou-se réu nas investigações da Operação Lava-Jato. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
A denúncia afirma que o senador comprou carros de luxo com o dinheiro da suposta propina. Entre os veículos estão um Lamborghini, avaliado em R$ 3,2 milhões, uma Ferrari (R$ 1,4 milhão), um Bentley e duas Land Rover. Em julho de 2015, os carros de luxo foram apreendidos na residência particular do político em Brasília, conhecida como Casa da Dinda.
À época, a defesa de Collor sustentou que não há provas de que o parlamentar teria recebido dinheiro desviado. Para o advogado Juarez Tavares, não há ato de ofício que possa comprovar contrapartida por parte do senador para receber a suposta propina.