Oito em cada 10 brasileiros diz que não costuma levar em conta a opinião de seus líderes religiosos quando eles fazem campanha por algum candidato, mostra pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (23). O estudo não computou os 8% que declaram não ter religião.
Entre os 19% que consideram as recomendações de seus líderes, 4% o fazem apenas se o candidato for ligado à sua igreja. Entre as religiões, os evangélicos são os que mais ouvem seus pastores: 26% no total constatado pela pesquisa. A taxa sobe para 31% entre fiéis neopentecostais (fatia que abrange igrejas como Universal e Renascer). Já entre os católicos, o índice ficou em 17%.
Na prática, porém, os números mostram que muitos não seguem na prática essas recomendações: apenas 9% disseram já ter votado em alguém indicado por sua liderança religiosa. Novamente, evangélicos (16%) e os neopentecostais (28%) se revelam mais suscetíveis à recomendação de suas congregações.
O Datafolha também apresentou aos entrevistados três hipóteses: um presidenciável católico, um evangélico e um ateu. O cenário mais favorável foi o do católico: 25% votariam nele com certeza, 49% talvez e 16% de jeito nenhum (os 10% restantes vêm de outras respostas, inclusive de quem não quis opinar). Os índices para o evangélico, são respectivamente: 21%, 46% e 24%.
O ateu ficou em último: só 8% não titubeariam em escolhê-lo, 33% cogitariam e 52% jamais o elegeriam. Entre neopentecostais, a resistência ao político descrente chega a 67%.
A pesquisa foi realizada pelo Datafolha nos dias 27 e 28 de setembro, ouvindo 2.772 pessoas de 194 cidades do país.