A segunda-feira (28/10) após o segundo turno das eleições municipais, que confirmou a reeleição do prefeito Adiló Didomenico (PSDB), foi marcada por entrevistas em veículos de imprensa. Adiló foi dormir à meia-noite, após comemorar a vitória na Praça Dante Alighieri, na noite de domingo (27). Às 5h já estava acordado para cumprir com os compromissos.
Sem demonstrar cansaço, logo nas primeiras horas da manhã, a primeira entrevista foi em uma emissora de rádio de Farroupilha. Às 7h30min já estava na sede do Grupo RBS para entrevista no programa Gaúcha Hoje da Rádio Gaúcha Serra.
Em seguida, o prefeito reeleito retornou para sua casa, no bairro Cristo Redentor, onde tomou o café da manhã acompanhado da primeira-dama Jussara Canali. Ao chegar no condomínio, foi parabenizado por alguns vizinhos no saguão de entrada, com abraços e apertos de mão.
Adiló chegou ao Centro Administrativo por volta de 9h25min. Nesta segunda, ele reassumiu a prefeitura, após o período de férias em que se dedicou à campanha. Ainda na rua, era cumprimentado pela comunidade. Na chegada à prefeitura, recebeu os cumprimentos e o abraço da vice-prefeita Paula Ioris (PSDB).
No caminho até seu gabinete, foi ovacionado com palmas e abraços pelos servidores que o aguardavam. Com a porta da sua sala aberta, um senhor, servidor público, pede licença e entra. Após parabenizar Adiló, repassa uma demanda do seu bairro.
— Ninguém vai embora sem eu dar a devida atenção — disse o prefeito reeleito.
Adiló disse estar revigorado, com ânimo e entusiasmo. Mostrou-se agradecido pelos 116.730 votos que o reelegeram. Para manter o ritmo nos próximos quatro anos, quer voltar a se exercitar pelo menos duas vezes por semana, o que não pôde fazer no último mês devido à campanha. No celular, ainda faltavam 942 mensagens a serem respondidas.
— Hoje eu tirei um peso muito grande das costas, porque durante a campanha, principalmente no segundo turno, eu sofri um verdadeiro massacre de fake news nas redes sociais. E isso hoje cessou. A eleição está resolvida. A resposta para essas fake news foi dada na urna pelo eleitor. Eu e a Paula (Ioris) sempre tivemos essa preocupação de ter um relacionamento respeitoso, educado e de muita transparência do nosso governo. E com o (Edson) Néspolo (vice na chapa) não será diferente, pois sempre temos que colocar o interesse da cidade em cima de qualquer ideia ou pensamento particular — destacou Adiló.
Por volta de 10h30min, Adiló se encaminhou para outra emissora de rádio, onde concedeu entrevista. Na sequência, retornou ao Grupo RBS onde participou do Jornal do Almoço da RBS TV.
A agenda do prefeito na parte da tarde
Já na parte da tarde, o clima na prefeitura era de um dia normal, com muitos atendimentos, mas, pelo cheiro de pipoca que estava no ar, também foi um dia de muita comemoração. No gabinete do prefeito, o ambiente também era de tranquilidade e, após realizar mais algumas entrevistas, Adiló atendeu uma representante do Sesc que entregou um convite para um dos eventos da instituição e recebeu a reportagem do Pioneiro.
Na conversa, Adiló já se mostrava um pouco mais cansado, mas respondeu a todos os questionamentos. Um deles foi referente aos próximos passos. Mesmo com o ano de 2024 chegando ao fim, e sem férias tão próximas, o chefe do Executivo frisou a necessidade de alinhar o que será feito a partir de 2025.
— O que estamos pensando é criar um grupo que faça a transição, mesmo sendo o mesmo prefeito, é um novo governo, é um novo vice, apoios diferentes que nós recebemos nessa etapa da campanha, porque no primeiro governo, foi chapa única (pura). Então, nós tínhamos que dar satisfação apenas ao PSDB. Agora, não. A gente tem cinco partidos na coligação. Vejo um momento bem interessante, porque tem muitos projetos que estavam encaminhados, que estão andando, alguns precisam ser revistos, mas que a gente vai se dedicar em si — comentou o prefeito.
Adiló destacou que, como tanto ele quanto Néspolo estão em diversas agendas nesses dias pós-eleições, ainda não conseguiram alinhar como deve funcionar essa ação. Mas projetou que até o início da próxima semana isso será definido. Além disso, como a próxima legislatura da Câmara de Vereadores deverá ser mais de oposição, Adiló reafirmou o seu posicionamento de estar "sempre de portas abertas para todos".
— Quem me conhece sabe que eu nunca deixei de atender nenhum vereador de qualquer partido que fosse. Todos tiveram o mesmo tratamento como os que são da base, porque ele (vereador) não vem pedir uma coisa para ele, ele vem reivindicar uma coisa da sociedade. E eu tenho que atender o vereador — afirmou Adiló.
Posterior à conversa, Adiló gravou um vídeo para as redes sociais para homenagear o dia do servidor público, assinalado nesta segunda-feira. Na gravação, com um texto "na ponta da língua", o prefeito deixou a sua mensagem e, com a agenda liberada, convidou a vice-prefeita Paula para conversarem sobre as demandas que foram realizadas durante o período de férias de Adiló e os próximos dias.
— A gente tem feito isso toda vez que eu precisei sair de férias ou vice-versa. E vida que segue. A gente tem que tocar o barco — finalizou Adiló.
Segundo Adiló, número de fake news influenciou o resultado
Um dos pontos que está sendo comentado no resultado das eleições é de Adiló ter recebido muitos votos de eleitores da candidata Denise Pessôa (PT), não por apoiá-lo, mas sim, para "derrotar a extrema-direita", além do aumento do número de abstenções — que chegaram a quase a 100 mil eleitores. Então a reportagem o questionou: "Porque o senhor acredita que venceu as eleições?". Conforme o prefeito, ele alegou que o número de fake news influenciou o eleitor.
— Eu fui para o segundo turno com uma votação de 64 mil votos, então, se fiz todos esses votos, foram votos de pessoas que reconhecem o trabalho que eu fiz. No segundo turno, e na última semana, a gente não sabe de onde vêm essas fakes, não pode acusar ninguém, porque eu não quero isso e não desejo, nem para o meu adversário. Eu sou solidário a ele, se ele sofreu esse tipo de fake, porque ninguém merece. Porém, alguém, ou querendo ajudar eles para tentar me prejudicar, exageraram no volume de difamação e ataques contra a honra. E acho que o eleitor começou a olhar para isso e disse: "Não, espera aí. O Adiló está aqui há 54 anos, tem toda uma vida transparente. Eu o conheço, nunca ouvi nada que desapontasse. Isso aí passou dos limites". E também aumentou a abstenção, pois, quem sabe, muitos pensaram: "Não, isso aqui virou uma coisa que eu não entendo. Eu não sei mais o que é verdadeiro, o que é falso e, nessas alturas do campeonato, eu não vou votar em ninguém" — comentou Adiló.
"Nenhum governo consegue governar sem a participação dos CC's"
Um dos assuntos abordados durante a campanha eleitoral foi o número de cargos de confiança (CCs) na prefeitura. Durante as entrevistas desta manhã de segunda, Adiló disse que iria "enxugar" alguns cargos e secretarias. Questionado sobre a motivação de fazer essa ação, o prefeito frisa que era algo que "já estava no seu plano".
— Esse negócio do CC é um discurso eleitoreiro. Nenhuma prefeitura do porte de Caxias tem um índice tão baixo de CCs, digo em índice versus população. Ao todo, temos 209 CCs, e é pouco comparado a outras prefeituras. Caxias tem espaço para mais, mas nós vamos ocupar aquilo que for necessário. Eu não tenho receio nenhum de defender isso, porque nenhum governo consegue governar sem a participação dos CCs, que são os responsáveis para cuidar da implantação do plano de governo. Isso não é obrigação do servidor público, é obrigação do cargo de confiança — ressaltou Adiló.