Entre segunda (23/9) e esta quinta (26/9), o programa Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra realizou entrevistas com os quatro candidatos a vice-prefeito de Caxias do Sul. Cada bate-papo teve duração de 15 minutos, com mediação dos jornalistas Alessandro Valim e André Fiedler.
Michel Pillonetto, que concorre com Felipe Gremelmaier (MDB), é a último entrevistado da série. Confira o bate-papo na íntegra:
Gaúcha Serra: É interessante, no seu caso principalmente, fazer uma apresentação, quem é o Michel Pillonetto? Qual a trajetória dele na política? Como é que ele chegou a essa condição de candidato a vice-prefeito?
Michael Pillonetto: Bom, então, o Michel Pillonetto é um jovem de 32 anos, nascido em Maximiliano de Almeida (norte do Estado), veio com quatro anos para Caxias do Sul, que nem a grande maioria da população, tentar uma vida melhor junto com a sua família. Aqui, estabeleceu residência, mora até hoje, sempre nesses 28 anos que está aqui.
Comecei minha trajetória política ainda no Ensino Médio, quando fui presidente do grêmio estudantil, depois passei pela universidade como presidente de diretório acadêmico, DCE (Diretório Central dos Estudantes), presidente do meu atual partido, PSD, há dois anos. Trabalhei na vida pública na Câmara de Vereadores, trabalhei como diretor na área de fomento da Secretaria Estadual do Esporte.
E a minha chegada na chapa junto ao Felipe Gremelmaier se deu por um consenso partidário, pela minha construção do partido, pela história que eu tenho ao partido, pois eu me filiei nele quando tinha seis meses de criação, então já faz muito tempo que eu milito nele. E principalmente pelas minhas atitudes dentro do partido, na lealdade, sempre buscando o crescimento do partido, sempre buscando o crescimento dos meus colegas partidários.
Então, essa soma de fatores me levou à indicação de estar ao lado do Felipe, e também eu compactuo com as ideias do candidato Felipe, acho que isso é o mais importante. Os candidatos com as mesmas ideias, ideias alinhadas, isso é o que precisa nesse momento atual de Caxias do Sul.
Gaúcha Serra: Ao contrário de outros candidatos a vice, dois deles, um deles é ex-prefeito, outro concorreu duas vezes à prefeitura, e no caso da candidata Gladis, ela é vereadora. Então isso dá uma certa visibilidade. O senhor nunca concorreu, por exemplo, a cargos majoritários, então é um desafio justamente se apresentar para o eleitor nessa candidatura, nessa campanha?
Michael: Sim, sim, foi um desafio, mas ao mesmo tempo eu acredito que eu represento a nova geração que está vindo de Caxias, aquela geração que está formando a sua família agora. Aquela geração que está começando a enfrentar os problemas, os novos problemas da cidade, aquela geração que está começando a enfrentar a sua família agora, que está começando a perceber as demandas que a cidade precisa atacar e resolver.
Então a minha candidatura é uma candidatura necessária para o momento atual. Eu acho que eu traduzo muito bem essa nova geração de caxienses, e eu consigo sentir na pele as angústias, as aflições, as alegrias dessa nova geração de caxienses, porque eu tenho contato direto com essa geração. Então, eu vou conseguir com mais facilidade reunir esses problemas, essas alegrias, e melhorar as que precisam e continuar as que já estão boas dentro da prefeitura.
Gaúcha Serra: E o que seriam essas aspirações em geral dessa nova geração de caxienses nascidos aqui, ou adotivos? Fazendo mais um adendo, Caxias sempre atraiu muitos jovens pela questão do emprego, sempre a questão mais atrativa, a questão do estudo também, da possibilidade de estudar, um polo educacional também. Mas essas duas questões, por exemplo, questão educacional e questão de emprego, continuam sendo atração, continuam sendo aspiração para esses jovens. O que pensa e aspira esse jovem?
Michael: Andando agora pela campanha, eu tenho percebido que ainda muitas pessoas estão buscando Caxias do Sul como uma cidade para continuar sua vida, muitas mesmo. A gente tem percebido diversas pessoas que nos abordam na rua, quando a gente conversa com elas, dizem, "ah, eu vim agora há pouco para Caxias, por determinados fatos diferentes". Então, não é só jovens que vêm, mas pessoas de diversas idades. Caxias do Sul é um polo de trabalho, concordo contigo, continua sendo. Mas a gente precisa investir muito na qualificação desse trabalho, muitos jovens ainda buscam Caxias pela sua qualificação pessoal, mas, ao mesmo tempo, a gente tem que ser uma cidade que potencializa esse crescimento intelectual do jovem.
Mas, ao mesmo tempo que ajude ele, aquele que necessita, a voltar para sua origem, porque não adianta a gente só ter jovens na cidade e não ter mais o interior. Porque o interior é o que sustenta e alimenta a cidade. Então, nós temos que buscar sempre desenvolver oportunidades na capacitação desse jovem, e o mais importante, é ajudar ele a chegar aonde ele quer chegar, porque tu vê, agora eu vou pegar um exemplo corriqueiro quando é na cidade.
No começo da vida profissional do jovem, ele é muito desacreditado. Às vezes, ou é colocado num cargo muito inicial dentro da empresa, ou do ramo de trabalho, e isso não se traduz mais. Nós temos que acreditar cada vez mais no jovem, e eu acho que a minha candidatura também traduz isso, o acreditar, o mostrar que o jovem é capaz. Para um jovem de 32 anos, candidato a vice-prefeito na segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Sul, mostra que o jovem pode muito mais do que as pessoas ouvem hoje em dia. Então, para mim, eu reforço, é uma honra estar concorrendo a vice-prefeito de Caxias do Sul nessas condições.
Gaúcha Serra: Uma característica da campanha da chapa de vocês é a presença muito forte do ex-governador, o ex-prefeito José Ivo Sartori, inclusive como coordenador de campanha. Em muitos casos, ele tem tido até mais visibilidade do que o senhor mesmo, candidato a vice. Como é que o eleitor tem percebido isso?
Pillonetto: De uma maneira muito boa, porque o que a gente, a nossa principal decisão é voltar a ser feliz, esse é o nosso lema de campanha. O que é voltar a ser feliz? É voltar a ser feliz com a Caxias que o Sartori nos deixou. Uma Caxias que pensava o futuro, uma Caxias que dava certo, uma Caxias que trabalhava de uma maneira diferente. Então, isso se traduz em a gente estar junto com alguém que fez isso, não poderia ser de maneira diferente, e eu me sinto superconfortável em uma chapa com um ente político como o Sartori, com a história dele, para mim, é um guia. Eu chamo ele de guru até, então, eu me sinto superconfortável quanto a isso. Eu acho que ele enriqueceu muito a nossa chapa com a sua experiência, com os seus conselhos, e por mim, que permaneça muito mais. Ele continua nos ajudando da maneira possível porque a Caxias necessita de um Sartori novamente. E que agora vai ser o Felipe Gremelmaier.
Gaúcha Serra: A chapa de vocês, do Felipe e do senhor, foi a última a se organizar dentro das que estão colocadas. As outras chapas, embora oficialmente todas foram apresentadas no mesmo momento, mas já vinham se construindo, já vinham politicamente se organizando para isso, essa chapa foi a última. Por isso até desse trabalho de daqui a pouco buscar uma âncora, buscar uma apresentação baseada em alguém já mais conhecido, a demora talvez em construir essa chapa levou a essa situação também, candidato?
Michael: Na verdade, a seleção foi atípica, se construíram com muita antecedência os nomes, e não que isso seja ruim, bem pelo contrário, eu acho que é bom, mas a nossa chapa se deu depois de muito debate, entender o que a cidade necessita agora, dialogar e construir as ideias necessárias. E depois que a gente chegou nesse consenso, a gente disse não, não concordamos com as opções que estão aí, vamos apresentar uma chapa que traduz o que a gente quer de Caxias do Sul, o que a gente almeja para Caxias do Sul.
Eu acredito que não tenha um malefício tão grande em ter sido apresentado por último. Se torna mais difícil a eleição, para mim e o Felipe, sim. Porque a gente perde um tempo de pré-campanha valioso, mas eu acho que nós estamos conseguindo mostrar com muita convicção e seriedade nossas propostas, nossos planos para Caxias. E eu tenho certeza que o eleitor está compreendendo isso, tanto é que a gente está sentindo isso na rua.
Então, a construção da nossa chapa, eu acredito que ela poderia ter se dado um momento antes, mas nós não erramos o timming. Nós estamos conseguindo mostrar para Caxias todo esse entendimento que nós temos, e o momento que a gente apresentou ela foi o momento certo, o momento depois de a gente debater, construir e ver que a nossa candidatura é necessária.
Gaúcha Serra: O senhor mencionou há pouco, e é o mote de campanha, esse comparativo da cidade atual com a cidade do Sartori, que no entendimento, na campanha de vocês, vocês dizem que era uma cidade melhor. O que aconteceu de lá para cá? O que influenciou de lá para cá para essas condições que hoje vocês dizem que são piores? Mas principalmente, por que essas questões aconteceram no entendimento de vocês?
Michael: Eu acho que é um acúmulo de fatores, nós tivemos um prefeito que foi cassado, que foi um processo muito desgastante para a cidade, nós tivemos más gestões à frente de autarquias importantes na nossa cidade. Visões políticas de prioridade também afetaram a nossa cidade. Então, é um acúmulo de fatores que levaram nós a estarmos hoje, também teve o processo Magnabosco, que não podemos deixar passar em branco, porque é algo extremamente importante no presente e no futuro da nossa cidade.
Mas, principalmente, eu acredito que fora das decisões políticas, de prioridades, cada candidato tem as suas, é uma coisa natural. Mas o principal ponto que desgastou mesmo a cidade foi o processo de cassação desse prefeito. Isso foi um momento muito ruim em nossa cidade. Nós ficamos parados em torno daquele momento político, e isso a nossa cidade sentiu muito forte. Mas há tempo de recuperar.
Gaúcha Serra: No debate, no embate eleitoral que está acontecendo, outras candidaturas têm mais citado umas às outras e se atacado, inclusive, uma disputa mais acirrada. A chapa de vocês tem passado ao largo disso. Isso é fruto do quê? Opção de vocês de não entrar nesse embate, daqui a pouco a ideia de correr por fora, por ter sido a última chapa a ter sido lançada, não entrar nesse debate e tentar apresentar uma outra ideia. O que tem levado a chapa de vocês a não ter entrado naquele debate mais ferrenho que tem acontecido entre outras candidaturas?
Michael: Nós queremos debater Caxias. Caxias já tem problemas suficientes, a gente não quer debater problemas ou situações de Brasília. Acho que não cabe mais, nossa cidade está carente de soluções para demandas urgentes, a gente tem que debater esses problemas reais. Debater assuntos que não são no momento relacionados a nós não seria o momento oportuno para isso. Então, quando eu e o Felipe sentamos, a gente decidiu que nós vamos falar com o eleitor e apresentar a proposta para a nossa cidade voltar a ser feliz, a melhorar, como era uma vez.
E a gente entende que não é o momento de a gente estar debatendo ou brigando, é o momento de construção, de união, principalmente união, então, foi uma conversa minha com o Felipe, e foi decidido que vamos debater com Caxias, vamos apresentar propostas exequíveis à população de Caxias que ataquem os problemas da nossa cidade e a maneira que a gente vai solucionar elas. Aí cabe ao eleitor agora julgar e ver quem se enquadra melhor para esse momento, mas a nossa campanha é uma campanha leve, é uma campanha construída com muitas mãos, principalmente da comunidade.
Nossas propostas são propostas exequíveis, são propostas que podem ser colocadas em prática com facilidade porque a gente está apresentando ao eleitor propostas que a gente tem certeza que vão atacar problemas da cidade. Então, isso nos deixa muito tranquilos para fazer um debate voltado somente a discutir esses problemas da cidade. A gente não quer entrar em debates, em brigas que não são necessárias, que vão só aumentar esse calor ideológico que a gente vive no país.
Gaúcha Serra: Voltando um pouquinho para a questão da sua juventude, enfim, até de certa forma ser uma novidade nessa campanha. Qual o papel que o senhor imagina fazer como vice em caso de eleição da chapa de vocês? O que o senhor imagina que pode contribuir?
Michael: Nossa candidatura se propõe a pensar Caxias para o futuro. Então, quem pensa para o futuro é o prefeito, eu acredito que o prefeito vai pensar o futuro, vai pensar o presente e o futuro, e eu vou botar em execução o presente para ele. Sou um soldado do prefeito Felipe, esse é o papel que eu quero desenvolver. Um papel de diálogo junto com o prefeito, de amadurecimento de ideias junto a ele. De elaborar estratégias para a gente sair de situações Y ou X que venham se apresentar, mas, resumindo, a resposta é ser um soldado do prefeito.
O que o prefeito precisar, ele vai poder contar com o vice dele ao lado dele. Independente do que for, para juntos a gente poder dialogar, conversar, construir alternativas. Esse é o papel que eu vejo que o vice tem que desenvolver.
Gaúcha Serra: Claro que um plano de governo inclui muita coisa, mas imaginando uma eventual vitória e a posse no dia 1º de janeiro. O que deveriam ser as prioridades? O que deveriam ser as primeiras ações a serem tomadas? O senhor tem um minuto e meio ainda.
Michael: As primeiras ações que a gente tem que tomar é na saúde. Porque sem uma saúde adequada ao povo os outros problemas são secundários. Se a gente não tiver uma população bem tratada, uma população bem atendida na área da saúde, os outros problemas são secundários. Então a gente quer, primeiramente, lidar com a saúde e as filas enormes de caxienses esperando por atendimento, tanto especializados como clínicos gerais. De primeiro momento a gente vai contratar consultas em consultórios privados para diminuir essa demanda. Ou seja, traduzindo ao nosso ouvinte. A gente vai chegar na clínica X, vamos contratar determinadas consultas e destinar aquelas pessoas que estão na fila.
Gaúcha Serra: Isso é viável financeiramente?
Michael: Com certeza, outras cidades aqui da Serra Gaúcha já fizeram, deu muito certo e a gente quer trazer aqui para Caxias do Sul. Com certeza que é viável, tanto é que a gente está se propondo a fazer.
Gaúcha Serra: O senhor tem 30 segundos ainda para a última saudação.
Michael: Eleitor caxiense, pude me apresentar brevemente para vocês, quem quiser me conhecer um pouco mais pode me seguir no Instagram. E eu quero pedir humildemente uma chance, eleitor, que vocês deixem uma nova visão. A chapa da renovação, que é traduzindo o Felipe com 45 anos e eu com 32, a poder administrar nossa cidade.