O candidato ao governo do Estado, Eduardo Leite (PSDB), esteve nesta terça-feira (11), em reunião-almoço organizada pela Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul para falar sobre os feitos durante o seu governo e as propostas para um possível próximo governo. O encontro com empresários da Serra ocorreu após o primeiro debate do segundo turno para o pleito estadual, que ocorreu na segunda-feira (10).
Na ocasião, Leite iniciou falando sobre as reformas – da previdência, administrativa e tributária - que iniciou fazendo desde que assumiu o Palácio Piratini, em 2019. Além disso, falou também sobre privatizações - como a da Corsan, que deve ocorrer até o final deste ano – e de concessões - como a das estradas gaúchas, exemplo do Bloco 3, que abrange a região e que deve ser assinado em novembro. Pouco antes da reunião-almoço, em suas redes sociais, o ex-governador assumiu o compromisso de não incluir a privatização do Banrisul no seu próximo governo, tema que também foi assunto no encontro. A posição é também motivada pelas alianças políticas que surgem durante a corrida no segundo turno.
— Governar é lidar com as circunstâncias políticas de acordo com os desafios do nosso tempo. Para defender o Estado, evitar que ele tome um rumo de desfazer o que foi feito até agora e que a gente possa seguir uma direção segura, envolve fazer concessões políticas também. Então deixo claro isso, para que as forças políticas que demandam a nós clareza de posição, fiquem seguras que o próximo governo não encaminhará a privatização do Banrisul — reforçou durante coletiva de imprensa, quando questionado pela reportagem.
Durante sua apresentação, que durou pouco mais de uma hora, Leite também focou em assuntos da Serra, como a concessão do parque do Caracol, a pavimentação da ciclovia no Vale dos Vinhedos e também da via do Vale Aurora. Ele também reforçou que, se eleito, aproveitará que o Estado terá poder de investimento para contribuir com a instalação do aeroporto regional, em Vila Oliva.
— A gente vai fazer, em parceria com o município, com a prefeitura de Caxias, os acessos ao novo aeroporto de Vila Oliva, porque agora o Estado tem capacidade de fazer isso, que ele não tinha anos atrás — afirmou.
E acrescentou:
— Reafirmamos os nossos compromissos, reafirmamos a nossa visão de uma Serra gaúcha vibrante, com um governo do Estado que agora tem capacidade de dar respostas ainda melhores para essa população.
Leite deve manter a neutralidade quanto à eleição nacional
Outro assunto recorrente durante o almoço foi a polarização da eleição nacional. Já informado que iria ser neutro à corrida entre Bolsonaro e Lula – mesmo precisando dos votos da esquerda para aumentar a diferença com o concorrente, Onyx Lorenzoni (PL) -, Leite disse que manterá sua posição neutra e criticou Onyx sobre o fato de tratar o Rio Grande do Sul como extensão de Brasília.
— Não é pacote fechado, as pessoas poderão escolher seu candidato a presidente e seu candidato a governador e o que a gente quer é discutir o Rio Grande, porque o Rio Grande do Sul não é mera extensão de Brasília, não é quintal do governo federal e nem é curral eleitoral. Aqui é o Rio Grande do Sul, estado que tem história, que tem tradição política e que vai se fazer ouvir. O meu adversário insiste em falar de Brasília e da eleição presidencial pela sua incapacidade de discutir o Rio Grande do Sul, não tem projeto, não conhece sequer direito o estado em que vive como nós conhecemos, porque tive a oportunidade de governar e quero tocar adiante esse projeto — frisou.
Outra questão levantada em relação às eleições foi o conservadorismo, referindo-se às pautas mais conservadoras levantadas por Onyx e Jair Bolsonaro (PL). O candidato destacou que esta abordagem “afasta os jovens, que devem ser mantidos próximos por serem o futuro do Rio Grande”.