Garibaldi tem eleições suplementares para prefeito no domingo

Garibaldi tem 34 locais de votação e 230 mesários envolvidosPorthus Junior / Agencia RBS

Os 25.336 eleitores de Garibaldi devem ir às urnas nesse domingo (3) para escolher o novo prefeito da cidade. Através de eleições suplementares, Sérgio Chesini, do PP, e Sandro Garda, do PT, junto a seus vices Valério Mayer e Claudia Shiedeck, respectivamente, disputam a cadeira no Executivo após a cassação do prefeito Alex Carniel (PP), ocorrida em novembro de 2021, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). As urnas estarão à disposição das 8h às 17h.

Os eleitores voltam às suas zonas eleitorais após 17 meses das eleições de 2020, ocorridas regularmente. Entretanto, uma ação movida pela coligação Garibaldi no Caminho Certo, encabeçada pelo MDB e, votada favorável pelo TRE, cassou o mandato após 11 meses por abuso de poder econômico durante as eleições. A chapa tenta recurso e aguarda julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além também de ter enviado um recurso de efeito suspensivo do pleito de domingo.

A decisão de novas eleições foi divulgada pelo TRE 35 dias antes da data de ida às urnas. A mudança do domingo de votação fora do período regular tem deixado os garibaldenses confusos, segundo alguns moradores da cidade.

— O pessoal está bastante atrapalhado e confuso, porque é votar de novo. Pelo que a gente vê eles não dão muita preferência e valor para o nosso voto, muitos não estão nem a fim de votar — afirmou uma mulher que preferiu não se identificar.

Por sua vez, o aposentado Irineu Guaragmi, 67 anos, acredita que a eleição foi "às pressas, com pouca divulgação e nenhum debate".

— O povo não gosta de ir votar três, quatro vezes, tivemos uma eleição há um ano e meio e ir de novo para a eleição ninguém gosta. Acho que vai ter mais voto de abstenção, nulo e branco do que o normal, porque política é sadia quando você leva tudo a sério, algo mais sério que a política não poderia existir, mas não é esse caminho que estamos levando a nível de Brasil, de Estado e município — avalia.

Eleição mantida mesmo com envio de recurso

Segundo a chefe do cartório local, Daiane Conte, o recurso enviado pelo prefeito cassado para suspender o pleito de domingo não deverá ser votado a tempo, pois não entrou na pauta de julgamento do TSE até o final da tarde de sexta-feira (1º). Com isso, a eleição está mantida.

Se o TSE acatar a suspensão, posteriormente à eleição de domingo, Alex Carniel voltará ao cargo e o candidato eleito deverá aguardar o julgamento da cassação, ainda sem previsão.

25,3 mil eleitores devem ir às urnas

Pela primeira vez na história, Garibaldi realizará eleições suplementares. A nova eleição está agendada para domingo, 3 de abril, entre 8h e 17h. As urnas eletrônicas estão prontas, lacradas e com as informações dos candidatos no sistema. Ao todo, serão 25.336 eleitores aptos a votar em um dos 34 locais distribuídos pelo município da Serra. Mais de 230 mesários estarão envolvidos no processo.

Concorrem duas chapas. Uma delas é formada pelo empresário e vice-prefeito cassado, Sérgio Chesini (PP). O candidato a vice é o engenheiro civil Valério Mayer, que acumula a função de presidente do PP no município. A outra candidatura terá como postulante ao cargo de prefeito o advogado Sandro Garda (PT) e a candidata a vice, é a professora, ex-reitora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul e vice-presidente do PT do município, Claudia Schiedeck.

O novo pleito ocorre devido à cassação dos diplomas do candidato a prefeito, Alex Carniel, e do então candidato a vice, Sérgio Chesini, por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em novembro do ano passado. Além da cassação, o pleno tornou Carniel inelegível por oito anos. Eles foram acusados por abuso de poder econômico e político. A denúncia foi movida pela chapa dos candidatos Antônio Fachinelli e Eldo Milani, ambos do MDB.

O pleito em Garibaldi será comandado pela chefe do cartório local, Daiane Conte, que está a cinco meses na função. Em 15 anos como servidora da Justiça Eleitoral, ela conta que é a primeira vez que organiza uma eleição suplementar.

— Cheguei a Garibaldi em outubro, no mesmo período em que se discutia a cassação dos mandados de prefeito e vice. Agora, vamos realizar duas eleições em um único ano. É um cenário totalmente atípico — resume ela, referindo-se também ao pleito agendado para outubro deste ano.