Às vésperas da consulta pública sobre o Parque de Proteção Animal em Caxias do Sul, moradores da Segunda Légua voltaram a se mobilizar em torno do tema na manhã deste domingo (21). Manifestantes contrários a uma possível instalação do canil na localidade de São Vigílio bloquearam temporariamente o trânsito na Estrada Municipal da Uva. O protesto teve a adesão de agricultores da Segunda e Terceira Léguas.
Entre as razões para o novo protesto, o grupo alega que não consegue obter da prefeitura informações sobre os rumos do projeto e da consulta pública anunciada em novembro do ano passado, o que classificam como uma "caixa-preta". Representantes dos moradores também dizem que foram atendidos pelo Ministério Público e entregaram documentação em que solicitam o retorno de questionamentos básicos não atendidos pela prefeitura. A resposta ainda não chegou, segundo eles.
A alegada falta de diálogo é rebatida pelo prefeito Adiló Didomenico, ao citar que as informações estão disponíveis a todos:
— Ali (protesto) tem forte viés político, é só ligar na Secretaria do Meio Ambiente e iriam saber. Não tiro a razão de fazer o movimento, mas bastaria ligar na Secretaria — diz Adiló.
O prefeito diz que uma comissão dos moradores da Segunda Légua foi recebida dias atrás por representantes do governo municipal — encontro em que Adiló não esteve presente. Ele garante que a consulta sairá até o final deste mês.
— Não é competência dos moradores, é a prefeitura que fará a consulta. O cidadão caxiense é quem vai participar. Está sendo definido se será pelo CPF ou pelo RG para evitar duplicidade, que gente de fora faça a consulta. É assunto tratado pela PGM (Procuradoria-geral do Município), pela Semma, pela Secretaria de Governo, não é o prefeito que vai decidir. O prefeito não tem que estar se metendo numa questão técnica — resume.
O procurador-geral do município, Adriano Tacca, explica que a consulta está em fase final de preparação de perguntas e do sistema.
— Conforme já acordado com o Ministério Público, até o dia 31 será lançada a consulta pública. Temos que estabelecer como será o mecanismo de acesso. Se é site ou link, mas ficará no tempo suficiente para a população opinar. É a primeira vez que isso é realizado em nosso governo e precisamos definir como será a validação das formas de acesso.