Na última semana, o deputado federal Bibo Nunes (sem partido) cumpriu agenda na Serra. Esteve no lançamento do Sonho de Natal de Canela e participou de eventos de confraternização em Caxias e Bento. Em Caxias, promoveu, junto com sua assessoria e com apoio do vereador Sandro Fantinel (Patriota), o "jantar bolsonarista". O briefing do evento convocava apoiadores do presidente na Serra para se atualizarem das "últimas informações de Brasília" que envolviam o presidente, além da possibilidade de conversar com o deputado. A ideia, segundo o próprio Bibo, é de reforçar a articulação de bolsonaristas em núcleos regionais e dar indicativos sobre a filiação partidária, atualmente confusa, considerando que o próprio presidente não tem vinculação com legenda nenhuma até o momento e movimentações dos partidos também não são unanimidade entre os apoiadores — como a recentemente anunciada fusão entre DEM e PSL.
Bibo afirma que, independentemente do partido para o qual bolsonaristas rumarão, o que os une e sobrepõem é a causa. Ele critica dissidentes do apoio ao presidente, mas reconhece o desgaste do governo, o qual classifica como inevitável, dado o contexto de pandemia. Bibo conversou com o Pioneiro na última semana. Confira trechos da entrevista:
Qual agenda o senhor cumpriu na Serra?
Participei da abertura do Sonho de Natal de Canela, aí fui a Caxias para o jantar bolsonarista e depois Bento Gonçalves, lá almoço bolsonarista (no dia seguinte). Fomos discutir o que a cidade precisa e falar do bolsonarismo, as nossas políticas. Mais para frente voltarei para a Serra, visitarei Gramado, depois vou também a Farroupilha.
Esses encontros têm como principal propósito fortalecer as bases regionais?
Sim, aumentar os laços com as comunidades. Debatemos também sobre (para) que partido vamos, para qual partido vai o presidente, até porque estou sem partido no momento.
Como avalia a base bolsonarista no Estado? Está consolidada nas representações regionais?
A base continua a mesma, só não se sabe o partido, mas quem é Bolsonaro e Bibo Nunes, independente de partido, segue a nossa filosofia, a nossa causa. Por isso, não existe preocupação com relação ao partido.
Considera que a consolidação das ideias bolsonaristas também se mantém?
Está forte e crescendo cada vez mais, crescendo muito.
O senhor comenta que o apoio continua a crescer, mas há um visível desgaste.
Claro, todo governo tem desgaste, mas vai reverter. Enfrentamos uma pandemia, mas 2022 será um ano de amplo crescimento, tem agora o vale-gás, pessoas com salário muito baixo terão 50% do valor do gás pago pelo governo. Vale-gás vai ajudar já. O auxílio família (Auxílio Brasil) também vamos aumentar. Vamos dar a volta por cima, não é volta por cima na verdade, estamos bem, só não fazemos demagogia. A pandemia enfraquece qualquer governo. O preço do combustível no mundo todo está lá em cima, inflação no mundo todo. A pandemia é mundial, não é no Brasil como a CPI aí do Senado diz que Bolsonaro é genocida, que matou mais de 600 mil pessoas. Isso é um delírio, imagina, as pessoas morreram no mundo todo. Agora querer culpar todos os problemas do Brasil ao Bolsonaro, isso fortalece cada vez mais os apoiadores do Bolsonaro, esses absurdos.
Na sua visão, como foi a condução da pandemia por parte de Bolsonaro?
Não, não, até porque ninguém saiu perfeito na pandemia, nenhum governo foi perfeito, ninguém é acostumado a tratar de pandemia, mas teve boa intenção. Se houve algum erro, não foi com a intenção de errar. O Brasil é o segundo país que mais vacina no mundo, está com dados excelentes, está muito bem.
E os dissidentes que apoiavam o Bolsonaro, o que acredita que motivou esse movimento?
Quando Moro saiu, diziam: "Acabou o Governo Bolsonaro." No dia seguinte, voltou tudo, quando saiu (Luiz Carlos) Mandetta (ex-ministro da Saúde), a mesma coisa, um dia depois voltaram tudo. Esses que no primeiro momento saltam do barco, por mim que fiquem fora, longe do barco. Não gosto de apoiadores oportunistas, quem está junto na causa tem de saber que enfrentaremos problemas, e quem foge dos problemas não serve para estar junto.
Uma da crítica dos bolsonaristas é de que a esquerda tinha políticos de estimação. Bolsonaristas não têm políticos de estimação? Reconheceriam se o presidente cometesse erros?
Não, ninguém tem político de estimação e nem corrupto de estimação. Se souber algum corrupto me avisa porque o chumbo vai para cima dele.
Serra segue forte ao apoio ao Bolsonaro? É um nicho de confiança?
Evidente que sim. A Serra é um lugar de progresso, muitos empresários. E o Governo Bolsonaro pede apoio a empresário, diferente da esquerda que chama o empresário de ladrão explorador, quando eles que empregam.
Como o senhor vê esse cenário eleitoral se formando para a Presidência, a provável candidatura do Lula e um segundo turno que, segundo pesquisas, favoreceria o ex-presidente?
Essas pesquisas são totalmente fraudulentas. É uma vergonha, evidente que são manipuladas. Mas a eleição vai ser decidida entre Lula e Bolsonaro, não tem espaço nenhum para terceira via.
Acompanha o mandato do vereador Fantinel? Avalia que está coerente com a causa bolsonarista?
Está representando muito bem o eleitorado dele, está empenhado na causa. Fantinel é um grande orgulho.
E com o prefeito, há algum tipo de proximidade? Até por ser apoiador do Bolsonaro.
Não tenho. Ele é apoiador? Independe de vínculo partidário, se ele é apoiador do Bolsonaro dá pra ver que ele é uma pessoa de extremo bom senso.
Nota de zero a 10 para governo Bolsonaro.
9,5, porque não existe perfeição, pois estaria exagerando, até porque tem o desgaste natural dessa pandemia.