A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul deve apurar a participação do vereador Wagner Petrini, o Muleke (PSB), em uma festa interrompida pela Brigada Militar na madrugada do último sábado (10). Petrini foi detido junto com um empresário, que seria o proprietário do estabelecimento onde foram flagradas mais de 250 pessoas sem máscara, segundo a BM.
Na sessão desta terça-feira (13), o vereador Alexandre Bortoluz, o Bortola (PP), defendeu que o caso seja apurado pelo Legislativo.
— Como este vereador já passou pela Comissão de Ética (após denúncia de andar armado nas dependências do Legislativo), a situação da vereadora Estela (Balardin/PT, que publicou informação equivocada do parlamentar Maurício Scalco/Novo nas suas redes sociais) também passou pela Comissão de Ética, acredito que nós, aqui desta Casa, também temos que apurar os fatos (...). Não podemos nos furtar disso, que é um procedimento transparente a se fazer. (...) Ouvir todas as partes, tanto da Brigada quanto do vereador e testemunhas que estavam no local — afirmou Bortola.
O progressista também ressaltou que não há "imunidade parlamentar" que torne o vereador imune a detenções — o boletim de ocorrência registrado no último sábado relata que Petrini teria tentado usar seu cargo de vereador para evitar ser conduzido à delegacia.
— Vereador é cidadão como qualquer outro, como qualquer outro, então nós temos que respeitar. Autoridade do local naquele fato em específico e dentre outros fatos que acontecem em nossa cidade, Brigada Militar, autoridade de segurança pública. (...) É inadmissível qualquer autoridade sair dando carteiraço. Não estou dizendo que foi o caso do vereador, mas isso nós temos que deixar claro para a população, (..) o vereador não tem foro privilegiado — complementou Bortola.
Petrini se defendeu, ressaltando que a festa não seria clandestina e nem ele seria um dos organizadores, conforme havia sido informado.
— O primeiro ponto, que é festa clandestina, já não condiz com o que a imprensa noticiou devido ao boletim de ocorrência, que é uma das coisas que eu estou defendendo. Nesse caso, houve um equivoco ou uma interpretação errada por parte do servidor público que fez essa intervenção. Podem ter certeza que, realmente, se fosse clandestina, este vereador não estaria lá — alegou Muleke.
Ainda assim, Petrini defendeu a abertura de processo junto à Comissão de Ética. Outro a se pronunciar favorável à apuração dos fatos foi o vereador do Novo, Mauricio Marcon.