O partido Republicanos busca a reconstrução em Caxias desde a saída do ex-prefeito Daniel Guerra em fevereiro deste ano. Apesar da saída de Guerra ter ocorrido depois manifesta discordância à postura do partido, o presidente estadual do Republicanos, deputado federal Carlos Gomes, não avalia como um "erro" a representatividade política do ex-prefeito no passado recente. Ele, inclusive, exalta o perfil dele, a quem diz ter estado à frente do seu tempo. Confira alguns posicionamentos de Gomes sobre a Era Guerra na prefeitura de Caxias e sobre perspectiva do futuro do partido em Caxias.
"Não vejo como erro"
"O eleitorado viu na figura do prefeito alguém que representava seus pensamentos, aquilo que ele sempre mencionou de que ia fazer, uma gestão bem próxima da iniciativa privada, tanto que foi penalizado por isso. Eu imagino que o prefeito Daniel sempre esteve à frente do seu tempo. Tem cabeça para países mais desenvolvidos, onde a política é muito mais avançada. Infelizmente, o sistema político brasileiro não está preparado para isso. É o que o presidente está enfrentando em Brasília. Penso que não foi erro, simplesmente o projeto foi colocado num momento que ainda não estava madura a política de Caxias. Não vejo como erro. Dizer que foi um erro seria invalidar 146 mil votos (na verdade, foram 148 mil) e dizer que todos esses caxienses erraram".
"Disse que seria técnico. Técnico ele foi"
"O Daniel é técnico, sempre foi. Politicamente, não se mostrou e nunca mostrou isso para a sociedade. Sempre disse que seria técnico. Técnico ele foi. Tanto é que, no período dele, tinha alguns equipamentos há três anos parados que não tinham sido entregues à sociedade porque o perfil técnico precisava dele para fazer as economias necessárias e a entrega para a sociedade. Os políticos da época, de sempre, não adaptados a esse perfil, estranharam. Tanto é que os motivos que levaram ele a sair da prefeitura foram fúteis".
"Trabalhava dia e noite"
"A dificuldade que tivemos na época foi que o vice debandou de vez. E aí ele ficou sozinho e acabava trabalhando dia e noite por ter equipe reduzida, já que reduziu CCs pela metade, e trabalhava de segunda a segunda e com isso, em vez de estar conversando com um ou com outro, ele estava trabalhando para os caxienses. Poderia ter conversado mais politicamente? Talvez sim, mas o que isso vai mudar na vida dos caxienses? Pode mudar na vida dos políticos, mas dos caxienses muito pouco".
"Mescla de técnico e político"
"Não deixa de ser uma repaginada (a saída da Família Guerra), até porque os partidos são feitos de perfis. O Elisandro Fiuza tem metas a cumprir de filiação, trazer novas lideranças para compor quadros. Assim como na época do prefeito Guerra tinha bastante gente com perfil técnico, agora com Elisandro teremos mescla de técnico e político".
"Surgirão novos nomes"
"Acho que surgirão novos nomes. Até que hoje, pela polarização que há, as pessoas cansam, e somando o nível de rejeição de um lado para o outro, é suficiente para criar espaço para candidaturas mais equilibradas, ou mais ao centro. Caxias do Sul tem perfil dessa natureza. Agora é analisar os melhores nomes e convidar pessoas que de repente nem estão no meio da política, mas que têm nome consolidado, de respeito".