Mansueto de Castro Serafini Filho, prefeito de Caxias do Sul de 1977 a 1982 e de 1989 a 1992, diz não fazer mais parte do governo de Adiló Didomenico (PSDB). Mansueto assumiu, desde o dia 1º, o cargo de presidente do Conselho de Governança da prefeitura. A função, criada pelo prefeito Adiló, atribuía a Mansueto o papel de conselheiro e interlocutor de demandas e sugestões de entidades representativas à administração pública, além de se envolver em assuntos das secretarias.
No entanto, Mansueto revela que tomou a decisão de afastar-se por dois motivos. Primeiro, surpreendeu-se ao ler a reportagem do jornal Pioneiro, do dia 13, quando soube que seria nomeado CC8. E, segundo, porque entende que o presidente de um conselho deve ser eleito pelos demais membros, em uma assembleia, e não por meio de um canetaço.
— Quando li no Pioneiro que eu seria CC8, mais um, aliás, dentre tantos que o governo está nomeando, e como não quero ser mais um, resolvi escrever um ofício e enviei para o Adiló. Eu não pretendia discutir o assunto publicamente, mas esperei que o prefeito fizesse isso por meio da sua assessoria de imprensa. Mas, como ele não o fez, decidi explicar isso, pela imprensa, para que as pessoas, que têm me parado na rua, me sugerindo ideias para o governo, parem de me procurar, porque eu não faço parte do governo — explica.
A respeito da criação do conselho de governança e de sua atuação, Mansueto disse que nem conseguiu iniciar o trabalho. E, mais, diz ter ficado desapontado com a maneira como a situação foi conduzida por Adiló.
— Ele é o prefeito e a última palavra é a dele, porque também foi assim comigo, quando eu fui prefeito por duas vezes. Mas ele nunca me consultou para saber se eu aceitava ser nomeado CC8 para receber salário. E tem outra coisa, como é que vou ser o presidente de um conselho? Eu deveria ser eleito pelas pessoas que integram o conselho, porque esse tipo de nomeação é coisa do tempo da ditadura — argumenta Mansueto.
Procurado pela reportagem, o prefeito Adiló Didomenico foi sucinto:
— Ele não queria ser remunerado, mas, legalmente, não é possível. Lamento, pois o Mansueto é meu amigo e sempre levo muito em conta as suas opiniões — justifica Adiló, que diz ter marcado uma reunião com Mansueto para a quinta-feira, dia 28.