Passada a tensão pela espera do resultado do primeiro turno das eleições em Caxias do Sul - por conta de problemas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) -, os nove ex-candidatos a prefeito devem decidir os próximos rumos partidários a partir desta segunda-feira (16). O segundo turno ocorrerá no próximo dia 29 e, até lá, é natural que os eleitores de todos os concorrentes migrem para um dos dois adversários: Pepe Vargas (PT) ou Adiló Didomenico (PSDB).
A reportagem procurou cada um dos aspirantes ao cargo de prefeito que não chegou à vitória, conhecida por volta das 23h de domingo (15). Abaixo você confere posicionamentos dos ex-candidatos.
:: Antonio Feldmann (Podemos) - Por meio da assessoria, a informação do ex-candidato é de que haverá uma reunião com a executiva do partido, às 18h desta segunda-feira, para futuras definições.
:: Carlos Búrigo (MDB) - O ex-candidato e deputado estadual afirma que os presidentes dos partidos da coligação deverão conversar nesta segunda-feira, sem horário definido, para acertar a oficialização de apoio. Sobre o pleito, Búrigo afirmou que fez uma campanha próxima às pessoas. Questionado sobre o apoio do ex-prefeito e ex-governador José Ivo Sartori não ter surtido efeito, ele diz:
— Perto dos outros candidatos, eu era desconhecido. Teve candidato que foi prefeito, que concorreu cinco vezes, foi deputado federal. Outro disputou a última eleição e foi para o segundo turno. O outro, faz um ano e meio que está trabalhando. Eu sou um deputado (estadual) que não fez campanha desde o começo e trabalhou muito em função da covid. O Elói Frizzo e eu fomos a última dupla a ser registrada, tivemos um tempo bem menor e fez com que as pessoas tivessem que me conhecer antes. O apoio do Sartori fez com que chegasse onde cheguei. Se não foi o suficiente, faz parte da democracia — disse.
:: Edson Néspolo (PDT) - O pedestista afirmou que a ida do candidato Adiló para o segundo turno não foi propriamente uma surpresa. Néspolo entendeu que o tucano entraria em seu lugar na disputa por volta das 17h, por uma avaliação própria. Néspolo obteve 14,49% dos votos, enquanto Adiló chegou a 15,45%. Sobre apoiar candidaturas, a informação será dada após uma reunião da coligação prevista para o final da tarde desta segunda.
— Caxias está acima das nossas disputas. Vamos conversar com calma e entre hoje e amanhã decidiremos isso. Torço para que os candidatos não percam a questão do turismo, nunca se debateu tanto como nessa eleição — diz.
Questionado sobre a possibilidade de aliança com Adiló em um possível futuro governo, Néspolo respondeu:
— Não pode ter isso. Eu não me prestarei para isso. Já disse que não aceitaria conchavo para o segundo turno. Se lá no futuro o partido for, aceitarei, mas esse não é o momento para conchavão, a política está cheia disso — afirma.
:: Júlio Freitas (Republicanos) - O candidato e a assessoria não atenderam à reportagem. No domingo, após o pleito, Freitas afirmou que o próximo governo será, ou de esquerda ou um que já esteve na administração (Adiló é ex-integrante dos governos Sartori e Alceu Barbosa Velho). "O eleitor tem de fazer as suas escolhas e, nós, como partido, não vamos apoiar ninguém porque vamos manter a coerência apresentada na campanha de que tínhamos a melhor proposta para a cidade", disse.
:: Marcelo Slaviero (Novo) - Conforme o ex-candidato a prefeito do partido que elegeu o vereador mais bem votado, além de um segundo na bancada que será aberta na Câmara, a decisão será não apoiar Pepe e nem Adiló.
— Não apoiamos ou coligamos com candidaturas que usam recursos públicos para campanhas e não apoiamos quem faz coligação por conveniências. Em função disso, não vamos apoiar ninguém no segundo turno. Mas, de qualquer forma, no PT não votamos de jeito nenhum. O eleitor tem liberdade de escolher, mas se pudermos dar uma sugesão é de que não vote no PT — diz.
:: Nelson D'Arrigo (Patriota) - O apoio será dado a Adiló. Segundo D'Arrigo, o pleito foi uma boa experiência, mas prejudicada por falta de tempo. Conforme o patriota, a campanha foi curta e o trabalho nos bairros poderia ter sido ampliado.
— Como sou anti-PT, não tenho como fazer diferente. Tenho essa postura e não terei como apoiar a esquerda — afirma.
:: Renato Nunes (PL) - Segundo a assessoria do ex-candidato, Nunes está estudando que posicionamento tomar nos próximos dias. Uma reunião interna poderá ocorrer na tarde desta segunda-feira. No domingo, Nunes afirmou que colaborou no processo de escolha dos cidadãos "falando sobre alguns candidatos que, graças a Deus, não foram para o segundo turno. Nem tudo está perdido, pelo menos tenho uma opção de voto e apoio", disse.
:: Renato Toigo (PSL) - Segundo Renato, haverá uma reunião com os candidatos a vereador para definir quem irão apoiar, mas com certeza devem tomar uma posição por uma candidatura de direita.
— Fizemos uma campanha bonita, porém, não fomos aceitos pela sociedade com as nossas propostas. Não tínhamos grandes expectativas, consequentemente não estamos com grandes frustrações — afirma.
:: Vinicius Ribeiro (DEM) - Conforme Vinicius, o diálogo sobre o assunto ainda será realizado pelos presidentes das siglas envolvidas.
— Optamos pelo caminho da verdade e não prometemos o que não era possível fazer. Optamos por uma campanha simples. Quem não faz mais com menos na campanha não fará na prefeitura. Saímos muito maiores — disse.