Na manhã da segunda-feira, dia 9, Vinicius Ribeiro concedia entrevista para a Gaúcha Serra. O candidato a prefeito pelo Democratas estava sentado na mesa principal do Comitê, que fica em uma casa antiga, de madeira, na Rua Tronca, em Caxias do Sul.
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O dia 9 poderia ser só mais uma dia no cotidiano de um candidato. Mas para Vinicius e a esposa, Laís Grandi Ribeiro, foi o dia de comemorar o segundo aniversário do Vicente, primeiro filho do casal.
— Eu acredito que o filho acaba te tirando da zona de conforto diariamente. Ele gera também muita influência na tua vida. Te ensina que liderança não tem idade. O Vicente é uma criança de muita personalidade. Ele acaba mostrando para nós que a vida é inconstante — avalia Vinicius, formado em arquitetura, o mais jovem candidato à prefeitura de Caxias do Sul nessa eleição.
A paternidade é uma forma de Vinicius resgatar a presença do seu pai. Em 2009, Décio Corti Ribeiro, pai do candidato, morreu em decorrência dos sintomas da gripe A.
— Quanto mais consciência eu tenho de quem ele era, mais aumenta a saudade...
Ao falar do pai, Vinicius embarga a voz. Décio era formado em economia e trabalhava na gerência do setor de compra e venda.
— Meu pai sempre mostrou ter muita resiliência, sabe aquela coisa de "o exército de um homem só"?, então, ele era automotivador. Além de ser um homem que defendia a família e, os seus, de uma maneira muito forte. Ele era um leão.
— Do que é que o senhor sente mais saudades dele? — pergunto.
Depois de refletir por alguns segundos, Vinicius apoia os cotovelos sobre a mesa, junta as mãos, quase em sinal de oração, e diz, quase sussurrando:
— Eu acho que é o abraço...
Vinicius mostra-se muito vinculado à família e comenta ainda como tem sido importante contar com o suporte da mãe e dos irmãos. A mãe, Raquel Luciana de Tomasi Ribeiro, tem 72 anos, é professora da rede estadual aposentada. Vinicius é o irmão do meio, sendo o mais velho o Anderson, 45, e a caçula a Nicole, 39.
— As lições que tenho da minha família são respeito, disciplina, amor inquestionável e também não desistir e saber enfrentar as adversidades diárias.
ENTRADA NA POLÍTICA
Vinicius revela que sua entrada na política foi um processo natural. Mais uma vez é forte a referência do pai, que segundo comenta o candidato, foi sempre um incentivador, daqueles de carregar a bandeira do filho por onde andava.
— Todo esse movimento da minha entrada na política começou em 1996. Eu já era líder do movimento escoteiro, logo depois me tornei presidente do diretório acadêmico, e fui ainda assessor do Néspolo (Edson Néspolo, do PDT). Entrei na política porque as pessoas começavam a dizer que eu tinha o perfil, que deveria me candidatar — explica.
Na primeira eleição que concorreu, em 2000, para vereador, Vinicius fez 2.264 votos, aos 23 anos.
— O senhor se surpreendeu o resultado?
— Surpreendeu-me, sim. E não só a mim, mas surpreendeu Caxias. Eu acho que na minha posse eu fui vestido de escoteiro. Como diz o Mandela: "Meu destino são as minhas origens".
Vinicius foi reeleito em mais duas oportunidades para a Câmara Municipal (2004 a 2012) e suplente de deputado estadual em 2012 e 2016, assumindo uma cadeira entre 2013 e 2017.
MOVIMENTO ESCOTISTA E O JUDÔ
Vinicius é ainda hoje identificado às raízes da infância, quando começou a participar do movimento escotista e também a praticar judô.
— Quem me levou para o escotismo foi a tia Iara, irmã do meu pai. Minha mãe sempre diz que eu fui uma criança muito agitada e muito inquieta. Eu ainda estou ativo no escotismo, com minha inscrição desde 1984, sempre no grupo Imigrante.
— Quais lições aprendeu no escotismo? — pergunto.
— As lições são o servir, a cidadania, a preocupação com o outro, a realizar trabalho comunitário, além dos valores humanos e de comunidade, que o movimento te sugere para que tu sigas na vida. E no judô, aprendi a representar Caxias nas competições.
ONTEM E HOJE
— Como vê o Vinicius 20 anos depois, desde o primeiro mandato de vereador? — pergunto.
— Eu mantenho a rebeldia e a minha inquietude. Eu sou um cara indignado por natureza. A diferença foi que, com o processo de maturidade da vida, somada à minha experiência de pai, fizeram com que eu aprendesse a lidar melhor com o tempo. Tem coisas que precisam de tempo para amadurecer, tanto dentro de ti, quanto no entorno.
LIDERANÇA E COLHEITA
Vinicius faz uma analogia entre as relações de poder entre liderados e líderes.
— Uma liderança forte e uma comunidade desengajada gera conflito. Comunidade forte e liderança fraca, gera tragédia. E, uma liderança forte com uma comunidade forte gera propósitos comuns — argumenta.
O candidato gostaria de deixar à cidade um legado de convergência de interesses entre as pessoas e o poder público.
— Gostaria de ver as pessoas vivendo Caxias de uma maneira melhor, fazendo com que o seu sentimento de pertencimento cresça, que tenham orgulho da cidade que estão ajudando a construir — deseja.
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