O novo presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior Nordeste (Amesne), José Carlos Breda (PP), afirmou em entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra na manhã desta quarta-feira (22) que a situação econômica com pandemia do coronavírus exige tomadas de decisão difíceis por parte dos prefeitos do ponto de vista fiscal, incluindo enxugamento da máquina pública e até redução de horários de servidores. Breda, que é prefeito de Cotiporã, assumiu a presidência da Amesne na última semana.
Ele considera que há prefeitos para os quais falta coragem de tomar esse tipo de medidas, e alertou para um ingrediente a mais neste ano: as eleições municipais.
- Alguns poderão confundir a tomada de decisão de enfrentamento pensando no dia 4 de outubro, quando temos eleições. Isso que é muito ruim. Temos que pensar lá adiante. Não importa o resultado da eleição. Que ninguém use isso para tomar alguma medida pensando na eleição: "Ah, seu fizer isso, vou perder voto, vou deixar de fazer o meu sucessor ou deixar de me eleger". Essa questão de ter a eleição no mesmo ano da pandemia, por esse lado, é muito ruim - analisa.
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Breda reconhece que é provável que haja prefeituras que acabem tendo que atrasar os salários dos servidores em algum momento por conta da situação econômica com a pandemia de coronavírus, já que os investimentos estão todos voltados para a estrutura de atendimento em saúde e outras medidas de enfrentamento.
Ele considera positiva a medida do Governo Federal de compensação para perdas no Fundo de Participação dos Municípios. Breda também está na expectativa a respeito dos debates sobre o ICMS e Imposto Sobre Serviços, que geram divergências entre o Congresso e o Governo Federal, embora reconheça as dificuldades da União em absorver um endividamento dos municípios nesta situação.
O presidente da Amesne também manifestou preocupação com o comportamento geral da população diante da flexibilização de atividades econômicas na região. Ele ressaltou que as pessoas não devem relaxar nos cuidados para evitar a propagação do coronavírus.
Ouça a entrevista na íntegra: