Um clima de constrangimento marcou o retorno do vereador Chico Guerra (Republicanos) à Câmara de Vereadores na manhã desta quarta-feira (19). Ao abrir a sessão, o presidente do Legislativo, Ricardo Daneluz (PDT), deu as boas-vindas ao republicano, mas ele não estava no plenário. Os demais colegas espicharam a cabeça a procura de Chico. Ele só entrou no plenário com dois minutos depois de a sessão já ter iniciado.
Leia mais
Chico Guerra reassume mandato na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul na quarta-feira
Ex-vice-prefeito de Caxias, Ricardo Fabris de Abreu protocola pedido de impeachment de Chico Guerra
Chico Guerra será suspenso por 60 dias quando retornar à Câmara de Vereadores de Caxias
Chico ocupou a cadeira deixada por Tibiriçá Maineri (Republicanos), cumprimentou com um aperto de mão Clóvis Xuxa (PTB), seu novo colega de mesa. Em seguida, foi até a assessoria legislativa para registrar a presença no plenário e se inscreveu para manifestação no pequeno expediente. No caminho, cumprimentou Daneluz rapidamente com um aperto de mão.
Chico também recebeu boas-vindas dos colegas Arlindo Bandeira (PP) e Paula Ioris (PSDB).
Sua primeira manifestação no retorno aconteceu no espaço de declaração de líder de bancada. Chico iniciou sua manifestação falando sobre a votação do pedido de impeachment contra ele que acontecerá na sessão desta quinta (20). Ele pediu que os vereadores votem conforme a "consciência e o caráter de cada um".
— Não vou ecoar o problema de uma pessoa que considero lunática e que deve ter algum problema mental — disse Chico, sobre o autor do pedido de impeachment, o ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (sem partido).
Chico criticou os vereadores que votaram pela cassação do mandato do prefeito Daniel Guerra e comentou que o discurso do atual governo municipal de falta de dinheiro é “balela para encobrir a ineficiência de pessoas que não têm capacidade de tocar o Executivo”.
O republicano comentou que o Governo Guerra optou em realizar poucas obras em 2017, e fazer uma poupança para realizar projetos e depois a executar as obras nos outros anos do mandato.
Chico também criticou a suspensão da licitação do transporte coletivo urbano. Ele comentou que havia quatro empresas interessadas em participar da concorrência pública, e que o valor do preço da passagem ficaria abaixo de R$ 4,20. O vereador insinuou que a decisão do Governo Flávio Cassina (PTB) de cancelar a licitação beneficia a Visate, a atual empresa concessionária.
— A gente sabe por que a cassação do prefeito Guerra aconteceu antes do dia 14 de janeiro, por que era o dia de abrir os envelopes (da licitação) e a partir dai não tinha mais volta. Mesmo assim conseguiram cancelar para talvez ajudar parceiros.
Ao final de sua manifestação, Chico disse em tom de "salvador da patria":
— Voltei para não ficar calado e se possível ser a voz do povo. E se for a única, serei a única.
A reportagem pediu uma entrevista a Chico, mas ele negou. Disse que sua manifestação tinha acontecido no plenário.