O PSB tem se colocado como fiel da balança para a composição de uma aliança tendo em vista a eleição de 2020 para a prefeitura de Caxias do Sul. O partido está empenhado na construção de uma frente ampla. Para isso, essa futura coligação terá de discutir temas que interferem no cotidiano das pessoas, como o transporte público, e não assuntos relacionados a ideologias e costumes.
O presidente da sigla, Adriano Boff, afirma que as tratativas são preliminares e que a candidatura à majoritária deverá defender ainda a Constituição Federal, que está ameaçada pelo Governo Federal. Apesar da tendência de coligação, Boff diz que não tem nada descartado para a eleição a prefeito.
– Caxias pode ter uma frente ampla com a esquerda dentro. Pode ter três partidos e várias matizes. O PSB é um partido em construção, e podemos dialogar do PT ao MDB, passando pelo PTB. Conseguimos dialogar com qualquer partido.
Para Boff, os eleitores têm orgulho dos governos dos ex-prefeitos Mansueto Serafini Filho (PTB), Pepe Vargas (PT) e José Ivo Sartori (MDB), que foram “muito bem administrados”. Por isso, entende Boff, os três merecem ser ouvidos na construção de um projeto para a cidade.
Para o dirigente partidário, o próximo governo municipal precisa se afastar das divergências e focar nas convergências, sem se importar com os atores.
– Temos que tirar o bode da sala, e discutir, por exemplo, o transporte público. A última coisa que o (atual prefeito) Daniel Guerra é, é gestor. Mesmo com um Executivo municipal melancólico, a cidade conseguirá sair viva. A cidade não é do Guerra e do Sartori. Ela é dos caxienses.
Já os três vereadores da bancada do PSB na Câmara tem opiniões distintas sobre alianças sobre uma eventual aliança em torno da prefeitura. Segundo o vereador Edio Elói Frizzo, a indefinição sobre as candidaturas à chapa majoritária deve seguir até o fechamento da janela de transferência partidária, que ocorre seis meses antes da eleição. Ele aponta que a conjuntura nacional pode também interferir no número de candidatos a prefeito:
– Na janela partidária, muitos vereadores devem trocar de partido para concorrer por outras siglas – destaca Frizzo.
Para o vereador Alberto Meneguzzi, antes da decisão sobre a composição de uma coligação, é necessário discutir propostas para a cidade.
VEREADORES TÊM POSIÇÕES DIVERGENTES
Edi Carlos Pereira de Souza
Diz que o partido ainda não reuniu seus filiados para conversar sobre a candidatura a prefeito. Ele rejeita uma composição com o PT e defende uma chapa com Sartori.
– É muito cedo para qualquer definição para a eleição majoritária.
Edio Elói Frizzo
Afirma que o partido irá participar da eleição majoritária, seja com candidatura própria ou com candidato a vice em uma coligação. Frizzo, que atuou como diretor-geral do Escritório de Desenvolvimento de Projetos (EDP) no Governo Sartori, diz que o partido não irá compor com partidos da base de sustentação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL).
– O partido vem crescendo, e é natural querer participar na majoritária.
Alberto Meneguzzi
Entende que o PSB deveria propor para o eleitorado caxiense uma frente formada por partidos de esquerda, porém ele antecipa que não há nenhuma definição.
– Os partidos têm nos procurado, mas a decisão sairá em março. A frente não é só com o PT. Tem que ser um projeto de centro-esquerda também com PDT, PSD e PCdoB.
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