Em comparecimento à convocação do Legislativo, na manhã desta terça-feira (20), a secretária do Turismo de Caxias do Sul, Renata Carraro, respondeu a questionamentos dos vereadores sobre a decisão de mudança de região turística do município na atualização do Mapa do Turismo Brasileiro. Inicialmente, a titular da pasta leu documento em que pontuou questões presentes no requerimento aprovado pelos parlamentares e encaminhado ao Executivo.
Na argumentação para a decisão, a secretária reiterou fundamento em diretrizes propostas pelo Ministério do Turismo em portaria que define os critérios para identificação de região turística, entre os quais, a proximidade geográfica entre municípios — possui fronteira com quatro entre cinco municípios que compõem as Hortênsias, enquanto com a Região da Uva e Vinho com apenas três das 29 cidades integrantes, voltou a frisar Renata.
A secretária também garantiu que o município em nenhum momento correu risco de ficar sem região turística, uma vez que teria encaminhado toda a documentação exigida pelo Ministério do Turismo.
— No turismo precisamos pensar além da caixa, não mais do mesmo. Precisamos parar de pensar turismo como apenas um longínquo patrimônio histórico. É muito mais do que isso. Ou a gente faz diferente, ou ficamos estagnados — defendeu Renata.
Ela também ressaltou que a decisão buscou ampliar as pretensões do município no setor, e projetar Caxias como eventual destaque na própria Região das Hortênsias, em especial após a implantação do Aeroporto da Serra Gaúcha:
— Turismo se faz com recursos e infraestrutura e não discursos e preconceitos — afirmou.
Renata também utilizou parecer do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado que derrubou a liminar que impedia o município a mudar de região.
— O desembargador que derrubou a liminar entendeu que a simples alteração de região turística não compromete identidade histórico-cultural da cidade e não se afigura dependente da aprovação legislativa. O mapa é atualizado a cada dois anos para que atualizações como essas ocorram. Se fosse algo estático, não precisaríamos revisar — alegou.
A polêmica envolvendo o tema teve início ainda no mês de junho, quando a prefeitura anunciou a decisão de mudança. Desde então, diversas entidades do setor e representantes políticos do Estado e da Serra se manifestaram contrários à alteração.