O desejo do prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (MDB), de formar uma candidatura única para a eleição de 2020 caiu por terra. O cenário eleitoral aponta que quatro partidos devem apresentar candidatos para a disputa à prefeitura: MDB, PSB, PP e PDT. Nem mesmo o vice-prefeito, Almir Zanin (PSB), que acompanha Scortegagna nos dois mandatos, tem a garantia de liderar a coligação PSB/MDB no ano que vem. Com a possível ruptura entre os partidos do prefeito e do vice, a coligação governista formada por outras nove siglas (PSD, DEM, Solidariedade, PTB, PCdoB, PTB, PRB, PT e PTC) deve se fragmentar.
Nos bastidores, aparecem nomes de dois ex-prefeitos e um vice-prefeito. Uma liderança política da cidade diz que com três ou quatro chapas, todas têm chances de ganhar a eleição.
O MDB tenta repetir a terceira vitória consecutiva como ocorreu com Angelo Araldi (1983/1989), Alberto Oliveira (1989/1992) e Renato Cavagnoli (1993/1996). Desta vez, a disputa interna para concorrer à prefeitura está entre o vereador Moacir Ascari, o Fera, que está na quarta legislatura na Câmara, e Cavagnoli, que também governou o município de 2005/2008. Com perfis diferentes de Scortegagna, as candidaturas de Ascari e Cavagnoli inviabilizariam a manutenção da coligação com os partidos de correntes de centro-esquerda, PSB, PTB e Solidariedade, e os de esquerda, PT e PCdoB.
O presidente do MDB e vereador Éverton Scarmin defende a manutenção ou a até mesmo a ampliação da coligação para a próxima eleição.
– A nossa comunidade aprovou essa administração, aprova esse modelo adotado. Lá em 2012 muitos duvidaram. Com a mão de todos, de vários partidos, conseguimos fazer dar certo. A gente espera manter a unidade. Dela vão sair os nomes dos candidatos a prefeito e vice.
Questionado se o MDB terá candidatura própria ou admite apresentar um candidato a vice, Scarmin adota uma postura de cautela e ressalta que o objetivo é unir as forças políticas e que os partidos da coligação devem escolher o melhor nome para ser candidato.
Atrás dos votos do presidente Jair Bolsonaro, o presidente do MDB deixa as portas abertas para uma coligação com o PSL e também com os partidos tradicionais da cidade:
— O PP e PDT estiveram na oposição nas duas últimas campanhas, mas se quiserem se somar conosco gostaríamos.
O presidente do MDB reconhece que a candidatura do vice-prefeito, Almir Zanin (PSB), é natural, mas acrescenta que todos que exercem cargos eletivos também são candidatos naturais ao cargo de chefe do Executivo. Segundo ele, a definição do candidato depende da realização de uma pesquisa que indicará o melhor nome entre os eleitores.
— O Zanin é um baita de um parceiro. É um baita parceiro do prefeito. Somos uma das poucas administrações que a parceria entre o prefeito e vice deu certo.
O MDB pretende definir o nome do seu candidato entre março e abril do ano que vem.
OS PARTIDOS ADVERSÁRIOS
PP
O PP tem três candidatos dispostos a concorrer à prefeitura. São eles o ex-vice-prefeito e ex-vereador Jorge de Godoy, o Jorgito, e os vereadores de primeiro mandato Cesar Ulian e Clodo Rigo. A confirmação é do presidente do partido Daniel Gavazzoni. Ele conta que existe a possibilidade de um quarto nome se colocar à disposição para a disputa. O nome é guardado em segredo:
–— Os três (candidatos) são bons. Nós não sentamos para avaliar quem é o melhor. Tem ainda esse quarto candidato que também deverá colocar o nome dele à disposição.
Gavazzoni conta que por enquanto, o partido tem se reunido para construir o plano de governo e conversado com outros partidos, mas comenta que ainda é cedo para definir o futuro da sigla.
Apesar de os três nomes confirmados com intenção de concorrer a prefeito, Gavazzoni ainda deixa a porta aberta para uma coligação, mas logo ressalta que o partido também pode se apresentar com chapa pura:
— É um pouco cedo para conversar sobre coligação. Temos mais quatro ou cinco meses para tomar essa decisão.
Questionado sobre a possibilidade de haver uma candidatura única na cidade como gostaria o prefeito Lídio Scortegagna, Gavazzoni descarta a possibilidade. Na opinião dele, a eleição será disputada entre candidatos do PP, MDB, PDT e PSB.
PDT
Depois de concorrer a vice na chapa com o PP na última eleição, o PDT pretende retomar o protagonismo na cidade. Para isso, o presidente, Domingos Dambrós, confirma que o partido terá candidatura própria. Segundo ele, a intenção é seguir o legado do ex-prefeito Heleno Oliboni:
— Vamos ter candidato próprio. O PDT é um dos partidos com o maior número de filiados na cidade e conta com os votos sagrados de seu eleitorado. Nossos filiados esperam que a gente coloque um candidato.
Dambrós prefere não revelar o nome do candidato, mas ele próprio deverá liderar a chapa pedetista. Questionado se tem desejo de concorrer, admite a possibilidade, mas ressalta que teria de haver harmonia dentro do partido:
— Todos os filiados podem ser candidato. Vamos deixar os integrantes do partido decidirem o melhor candidato.
Para Dambrós, a sigla ainda pode contar com a vereadora Claudete Gaio Conte como candidata a prefeita. Em 2016, foi eleita para o terceiro mandato. Na eleição de 2012 concorreu a vice-prefeita com Heleno Oliboni, mas foram derrotados.