O prefeito Daniel Guerra (PRB) validou mais uma decisão do secretário da Saúde, Júlio César Freitas da Rosa (PRB). Desta vez, o chefe do Executivo foi testemunha no boletim de ocorrência registrado pelo titular da pasta da Saúde contra a mãe do vereador Rafael Bueno (PDT), Vera Lúcia Rech. Ela interrompeu os discursos de Freitas da Rosa e Guerra durante a inauguração da unidade básica de saúde (UBS) do bairro Cristo Redentor, na última sexta-feira (14). No documento registrado na Polícia Civil na tarde de terça-feira, Freitas da Rosa relata que foi chamado de "mentiroso" pela mãe do vereador durante a inauguração.
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Ainda conforme o registro policial, o secretário diz que a mulher tumultuou o evento e que foi necessária a intervenção da Guarda Municipal para assegurar a segurança dele e das outras pessoas, incluindo o prefeito. O BO dá um novo capítulo à situação constrangedora ocorrida na sexta passada.
> Veja o vídeo da discussão com Guerra:
Apesar de o secretário contar à Polícia Civil que a Guarda Municipal precisou intervir para garantir a segurança, em nenhum momento a mãe do vereador tentou agredir os integrantes do governo. Vera nega que tenha ocorrido qualquer tentativa de praticar alguma agressão contra o secretário. Ela diz que se irritou com o discurso de Guerra e de Freitas da Rosa porque teriam passado "informações inverídicas" à população durante as suas manifestações.
_ Não me contive diante de tantas inverdades. Ele afirmou que fazia sete anos que a prefeitura não inaugurava um posto de saúde no município, o que é uma mentira. Não tentei agredir ninguém, apenas me manifestei. Diante de tantas mentiras, eu não pude me calar _ afirma Vera.
> Veja o vídeo da discussão com o secretário da Saúde:
Procurado pela reportagem, Freitas da Rosa disse que não vai se manifestar sobre o boletim de ocorrência, pois julga que não é o meio adequado para a discussão. As providências legais para apuração dos fatos, segundo ele, já foram tomadas e estão sendo conduzidas por advogado constituídos.
_ Os registros já feitos pela própria imprensa e o BO falam por si só.
Questionado sobre o protesto da mãe do vereador na sexta e o registro da ocorrência policial, Guerra limitou-se a dizer à reportagem:
_ Próxima pergunta. Próxima pergunta.
Mãe do vereador se intrometeu em discursos
Os tumultos que cercaram a inauguração da UBS Cristo Redentor evoluíram e chegou até a Polícia. Na sexta-feira, o tumulto começou quando Freitas da Rosa falava sobre as críticas que ele e Guerra têm sofrido.
Vera interrompeu:
_ É para contar história ou inaugurar UBS? _ gritou ela.
O secretário continuou, dizendo então que iria falar sobre a história do prédio:
_ Quando assumimos a administração, esse prédio estava em construção.
Vera gritou:
_ Prontinho!
Júlio tentou continuar, mas houve vaias e gritos de "mentiroso".
Algumas pessoas que assistiam à cerimônia de inauguração comentaram que era preciso tirar Vera dali. Um guarda municipal se aproximou e o secretário encerrou o discurso.
Mesmo com o clima tumultuado, Guerra iniciou seu discursou. Ele começou dizendo que, antes da atual administração, não se inaugurava nenhuma UBS há sete anos. Alguém no público gritou:
_ Mais uma mentira.
Em 2014, ou seja, há cinco anos, duas UBSs foram entregues, no Campos da Serra e no Diamantino. A atual gestão inaugurou três: Reolon, São Vicente e, agora, Cristo Redentor _ a construção se iniciou ainda no governo passado.
_ Vai ser de uma forma séria, responsável, que seja não como foi feita, porque construir parede é fácil. Custa só R$ 1 milhão. Manter, abrir, isso requer gestão e seriedade _ alfinetou Guerra.
O prefeito também enalteceu o trabalho do secretário, que começou o governo como chefe de Gabinete e assumiu a Saúde em 2018. Além disso, destacou que a abertura de novas UBSs é uma obrigação do poder público.
_ Quero agradecer à sua aguerrida forma de trabalho, de vencer desafios, saber tolerar e compreender as histerias politiqueiras (...) Não temos mérito nenhum por estar entregando três novas UBSs a pleno funcionamento em dois anos e meio de governo. Isso é nossa obrigação _ disse.
O vereador Rafael Bueno, que acompanhava a solenidade, gritou "Ministério Público, Justiça", se referindo às cobranças que o Ministério Público fez para que a UBS, pronta desde o final da gestão passada, entrasse em funcionamento.