O chefe de Gabinete e irmão do prefeito Daniel Guerra, Chico Guerra (PRB), prestou contas ao Legislativo sobre viagens que fez pelo Executivo entre março e junho deste ano. Os esclarecimentos foram feitos durante sessão desta terça-feira (18) após convocação da Câmara de Vereadores proposta pelo parlamentar Rodrigo Beltrão (PT).
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A hora das explicações
Por 20 minutos, Chico Guerra leu um texto em plenário no qual descreveu o roteiro das viagens, especialmente a feita para a Itália, entre os dias 24 de março e 10 de abril. No pronunciamento, o chefe de Gabinete exaltou o pacto de amizade assinado entre Caxias do Sul e o município italiano de Corbola. Em todas as viagens institucionais, Chico enfatizou que foram entregues kits de divulgação do município, que continha marcadores de páginas, cartões postais e catálogo com roteiros turísticos de Caxias.
Após o discurso, Chico foi questionado sobre quais seriam os benefícios prospectados pelo município após as visitas. Vereadores cobraram detalhamento de retornos concretos que as viagens renderam ou projetaram a Caxias.
Chico, no entanto, se limitou a dizer que os resultados devem surgir "naturalmente".
— Primeiro se cria um caminho, se não criar essa ponte, não se consegue vínculo nenhum. Primeiro se constrói o contato e depois as coisas surgem naturalmente se realizam. Vários benefícios virão — garantiu o chefe de Gabinete.
Quando questionado sobre quais características teriam aproximado Caxias da cidade de Corbola, que possui menos de 3 mil habitantes, Chico destacou supostas similaridades de influência étnica.
— Tem muitas coisas em comum, muita semelhança. Lá, o trabalhador não tem medo de acordar cedo e dormir tarde. Todo quintal tem plantação. Muita coisa em comum — comentou Chico.
O chefe de Gabinete não respondeu o questionamento do motivo de representar o Executivo em eventos de cunho técnico ou setorial.
Após a prestação de contas, vereadores lamentaram a participação de Chico. Alberto Meneguzzi (PSB) sugeriu que deve acionar Ministério Público e Tribunal de Contas para cobrar maiores esclarecimentos.
— Se a nossa bancada não fizer, eu me prontifico a levar esse documento ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. A prestação de contas do Chico Guerra foi patética. R$ 21 mil de despesa e nenhum questionamento foi respondido — criticou o socialista.
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