O PDT de Caxias do Sul vive uma crise que parece não ter fim. O último embate é sobre a data da convenção que elegerá a Executiva municipal para os próximos dois anos. A eleição ocorrerá no sábado, dia 18, das 13h às 17h, na Câmara Municipal. O prazo final para a inscrição de chapas terminou ontem, às 18h.
A única chapa inscrita, que deve ser conduzida à direção partidária, conta com o apoio dos órgãos de ponta, como os movimentos Comunitário Trabalhista, Juventude Socialista, Sindical Trabalhista, Cultural e Ação da Mulher Trabalhista, além dos ex-presidentes Luiz Carlos Muniz e Pedro Incerti. A chapa ainda tem o apoio do ex-vereador Harty Moisés Paese, informa Paulo Sausen, do Movimento Comunitário. Incerti e o ex-chefe de Gabinete no governo Alceu Barbosa Velho, Agenor Basso, subscreveram a chapa. O tesoureiro da atual gestão, Mauricio Flores, deverá ser escolhido como novo presidente.
Apesar do aparente consenso, os vereadores Rafael Bueno, Gustavo Toigo, Ricardo Daneluz e Velocino Uez estão descontentes com os rumos da sigla. Os parlamentares chegaram a ensaiar a inscrição de uma chapa alternativa, mas, sem tempo para apresentar uma candidatura, encaminharam um pedido à Executiva para adiar a convenção em 10 dias. O motivo alegado é a morte da presidente da sigla, Maria Aparecida Stecca, ocorrida na última sexta-feira. À noite, o diretório rejeitou a proposta da bancada.
Ontem à tarde, Flores evitou comentar sobre sua candidatura e possíveis apoios e afirmou que os vereadores foram procurados para compor uma chapa de consenso, mas decidiram não participar. Segundo ele, a Executiva municipal não irá acatar a solicitação de adiamento da convenção devido ao cumprimento de prazos com a Executiva estadual.
A disputa entre os grupos têm pelo menos dois motivos: a aprovação de um regimento interno para a sigla caxiense que, entre as propostas, prevê que os vereadores consultem o partido antes de protocolar qualquer projeto na Câmara e a mudança de perfil do partido, que pretende resgatar o legado de Leonel Brizola.
"Meia dúzia"
O líder da bancada do PDT, vereador Rafael Bueno, diz que a bancada quer dialogar e garante que os parlamentares não foram convidados para integrar a chapa liderada por Flores. Bueno diz que um grupo formado por “meia dúzia de filiados” quer tomar o partido.
– Eles cobram diálogo com o (prefeito Daniel) Guerra, mas não têm diálogo com os membros do partido. São pessoas sem capilaridade política e sem visão estratégica. Haverá uma desfiliação em massa e o PDT vai desaparecer na janela partidária do ano que vem – ameaça Bueno.
Segundo o líder da bancada pedestista, o grupo liderado por Flores quer nomear nomes para os cargos da bancada no Legislativo e definir a nominata para a eleição de 2020.
– Eles estão quem nem urubu. Tem interesses próprios e não o de construir um PDT democrático.
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