O vereador Tibiriçá Maineri (PRB), primeiro parlamentar surdo da história do Legislativo de Caxias do Sul, participou da última sessão como vereador na manhã desta terça-feira (30). Em fevereiro deste ano, Tibiriçá deixou a titularidade da Coordenadoria de Acessibilidade para assumir a vaga deixada pelo vereador Chico Guerra (PRB), que foi chamado para assumir como chefe de gabinete do Executivo. Primeiro suplente da bancada do PRB, Tibiriçá voltará a comandar a Coordenadoria de Acessibilidade da prefeitura e Renato Nunes (PR) retornará à Câmara na próxima quinta-feira (2) — ele é o segundo suplente da bancada. Nunes havia sido nomeado como secretário no início de fevereiro.
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Diversos vereadores lamentaram a saída de Tibiriçá e fizeram críticas à prefeitura. Para o vereador Renato Oliveira (PCdoB), o município deu uma "rasteira" ao tomar a decisão pelo retorno de Renato Nunes ao parlamento.
— Lamentamos essa rasteira da prefeitura, mas foi uma honra ter tido o senhor ao nosso lado — apontou Oliveira.
O vereador Kiko Girardi (PSD), foi mais severo nas críticas ao Executivo. O parlamentar classificou a saída de Tibiriçá como uma "palhaçada".
— Fiquei muito revoltado, isso é uma palhaçada. O senhor estava nos ensinando aqui. É de dar nojo esse tipo de atitude — disparou Girardi.
Já Rafael Bueno (PDT), ao protestar contra a saída do parlamentar, afirmou que Tibiriçá deveria "lutar para permanecer na Câmara" diante dos resultados provocados pela troca das cadeiras no Executivo.
— Ou o senhor é conivente com essa velha política ou o prefeito Daniel Guerra é 100% preconceituoso com os deficientes — criticou Bueno.
Ao longo dos quase três meses de atuação no parlamento, Tibiriçá protocolou dois projetos de lei e um projeto de lei complementar, que ainda estão sendo analisados pelas comissões específicas. O primeiro busca assegurar vagas para pessoas com deficiência para escolas de Caxias do Sul. A segunda proposta determina que todos os assentos de ônibus do transporte coletivo sejam destinados a gestantes, idosos, autistas, obesos, pessoas com deficiência ou com limitação temporária. A terceira proposta altera a lei do sistema de classificação de cargos de provimento efetivo da administração direta, dentre eles a nomenclatura do cargo de farmacêutico, que deixa de ter o acompanhamento "bioquímico", ficando apenas o termo 'farmacêutico'.