A prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) movimentou o cenário político nacional nesta quinta-feira (21). Temer e o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, foram presos pela força-tarefa da Lava-Jato do Rio de Janeiro.
Um dos representantes políticos mais próximos do Governo Temer à época, o ex-deputado Mauro Pereira comentou a prisão do ex-presidente em entrevista na manhã de hoje à GaúchaZH. Pereira, que também exerceu o cargo de Assessor Especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República no último mês do governo de Temer avaliou positivamente o fato e afirmou que a prisão reforça que "ninguém está acima da lei" e que "o Brasil está sendo passado a limpo".
Mauro negou que tenha havido movimentação política no Congresso para barrar os inquéritos da Lava-Jato que apuravam envolvimento de Michel Temer em casos de corrupção.
— Na época, nós, deputados da base do governo, falávamos: "temos que deixar bem claro para a população que esses inquéritos não serão arquivados." As denúncias não foram barradas, tanto é que elas estão acontecendo, as investigações estão seguindo. Michel Temer está preso e terá possibilidade de se defender — ressaltou Mauro.
O ex-deputado salientou sempre ter manifestado que Temer responderia "pelos seus atos" após o fim do mandato:
— Eu sempre dizia: "assim que terminar mandato, ele (Temer) vai responder por todos os seus atos". E é o que está acontecendo. Quem deve, vai pagar pelo que fez.
Mauro também negou que estivesse se referindo a Michel Temer quando afirmou "estão querendo tirar um presidente honesto" durante a votação da denúncia de impeachment na Câmara dos Deputados.
— Nós estávamos falando das ações do governo naquele momento. Eu nunca votei no presidente Temer, nunca votei no Lula, nunca votei na Dilma. Estávamos falando do que estávamos fazendo. Projetos importantes para desenvolvimento do País. Naquele exato momento eu estava falando do nosso trabalho — alegou Mauro.
Por fim, Mauro Pereira ressaltou que o MDB deve passar por mudanças para "voltar a ser um partido que prestou um bom serviço para o País".
— Ninguém do MDB do Rio Grande do Sul protege ninguém — assegurou Mauro.
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