O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu que o governo deverá aceitar mudanças no texto da reforma da Previdência para garantir a aprovação do Congresso Nacional. A manifestação ocorreu durante seu discurso de cinco minutos na abertura da 32ª edição da Festa da Uva, na manhã de sexta-feira, e que encerrou o cerimonial.
O evento contou ainda com as presenças de autoridades, como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o presidente da Assembleia Legislativa, Luis Augusto Lara (PTB), e o prefeito de Caxias, Daniel Guerra (PRB). A abertura teve início por volta das 11h15min, no Centro de Eventos da Festa da Uva, com a leitura de um texto pelo ator Thiago Lacerda, embaixador da Festa, sobre a vinda dos primeiros imigrantes italianos que chegaram no Brasil e na Serra.
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"Aquilo que deve ser mudado, será mudado", diz vice-presidente da República sobre a reforma da Previdência
Vice-presidente Mourão já deixou Caxias do Sul
Após a execução dos hinos do Brasil e Riograndense, a presidente da Festa da Uva, Sandra Mioranza Randon, deu início ao protocolo. Ela destacou a construção do evento a várias mãos e emocionou-se ao reproduzir uma frase de seu vô, Pedro Mioranza, que, ao ser questionado sobre continuar trabalhando nos parreirais já idoso, respondia: "É o que eu aprendi a fazer. É o que eu sei fazer. E é o que eu amo fazer."
Filha de cantineiro, Sandra garantiu que "a nossa Festa, é a nossa identidade".
Guerra abriu os discursos políticos e ressaltou a realização do evento autossustentável. Econômico nas palavras, ele falou menos de quatro minutos e ressaltou a entrega de nove ambulâncias para o município, oito veículos para o suporte básico e um para suporte avançado. Cinco das nove ambulâncias são para o Samu. O investimento foi de R$ 1,9 milhão com recursos municipais.
— Aproveito esse momento tão importante para dar uma execelente notícia para a nossa cidade. A entrega, hoje, de nove ambulâncias novas e modernas adquiridas com recursos próprios do município para contribuir com o cuidado da saúde dos nossos cidadãos.
Em seguida, Leite ressaltou a inspiração e o trabalho dos imigrantes que colonizaram a Serra.
— Dessa atividade vem a inspiração para todos nós, inclusive nós homens públicos, que não temos o direito de esmorecer diante das nossas dificuldades. Temos tantos problemas, mas juntos podemos superá-los.
Após os discursos, Mourão participou do corte da fita de abertura do evento e atendeu brevemente à imprensa. Ele ainda visitou um dos pavilhões da feira, participou de breve degustação de uva, vinhos e espumantes e recebeu produtores rurais e representantes do setor da uva e do vinho. Mourão deixou Caxias do Sul no início da tarde. A aeronave decolou do Aeroporto Hugo Cantergiani às 14h15min com destino a Brasília.
"Cada um na sua cadeira"
Manifestações do vice-presidente no discurso de abertura e em entrevista coletiva
Reforma da Previdência
"É importante que todos tenham consciência dela (reforma da Previdência), não como a solução de todos os males, mas é o primeiro passo para que o crescimento sustentável passe a fazer parte do dia a dia do nosso país. A Previdência antiga é uma pirâmide financeira. Nós, mais velhos, vamos receber, e os mais jovens vão trabalhar até o final de sua vida sem poder desfrutar de algum tipo de aposentadoria. Será discutida dentro do Congresso. Aquilo que tiver que ser mudado, será mudado."
"Acredito que haverá algumas mudanças no Congresso. Algumas para melhor e outras nem tanto, mas faz parte do jogo político."
Filhos de Bolsonaro
"Não, os filhos do presidente são pessoas muito bem sucedidas. Cada um dentro da função para a qual foi eleito, poucas pessoas têm três filhos nessas condições. É uma questão de início de governo. Daqui a pouco, está cada um na sua cadeira."
Crise na Venezuela
"Estamos tratando do assunto dentro do Grupo de Lima (formado pelos governos de Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia), que defende a restauração do regime democrático na Venezuela. É uma forma de realizar uma pressão política para que haja a mudança da ditadura que está se vivendo lá para um regime democrático."
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