No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) foi empossado para ocupar o Palácio Piratini pelos próximos quatro anos em cerimônia na Assembleia Legislativa do estado. Também foi oficializado o vice da chapa, Ranolfo Vieira Júnior (PTB).
O tucano derrotou no 2ª turno com 53,6% dos votos José Ivo Sartori (MDB), que concorria à reeleição. Leite é o governador mais jovem eleito na disputa de outubro e um dos nomes do três nomes do PSDB bem-sucedidos nos embates para administrações estaduais, juntamente com João Dória, em São Paulo, e Reinaldo Azambuja, em Mato Grosso do Sul.
O novo titular do Palácio Piratini destacou a necessidade de se adaptar a alterações na sociedade que envolvem do sistema político à introdução de novas tecnologias. "Estamos vivendo uma mudança de eras na economia, na política, nos valores, nos modelos e nas relações sociais. Esse tempo novo precisa de novos olhares, mais contemporâneos, construtores da inovação como ferramenta da gestão pública que construa novas convergências", defendeu.
A nova gestão responderá a esses desafios governando "online e on time", tirando o gabinete do Palácio e incorporando novas formas de gestão pública. Defendeu abertura e interlocução constante com os demais poderes do estado.
Leite destacou a necessidade de qualificar a educação como forma de transição entre o mundo analógico e os desafios dos novos tempos e que deve reduzir burocracia e destravar a inovação e a competitividade do setor produtivo do estado. Segundo o tucano, a socialdemocracia ancorada nos princípios de livre mercado e da proteção social "não está morta".
Finanças
O mandatário comentou que a nova gestão deve construir "consensos estratégicos" que valorizem as ideias em comum que permitam fazer o estado crescer e estender isso a todos a população. Essas ações devem considerar soluções para a crise fiscal do estado, aprofundada nos últimos anos. "O Rio Grande do Sul apresenta indicadores de dívida consolidada e despesas com pessoal acima dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal", citou.
O novo governador mencionou as obrigações em atraso tanto com servidores públicos como para fornecedores. A estimativa é que o deficit em 2019 seja de R$ 4 bilhões. E informou que o deficit no sistema previdenciário do estado estaria na casa dos R$ 11 bilhões.
Leite se dirigiu aos servidores do estado para dizer que vai buscar construir soluções mantendo sempre canais de diálogo. O aceno se dá após anos de conflito entre os trabalhadores e a administração estadual e frente ao desafio da fragilidade das contas públicas para garantir o pagamento dos salários e outras obrigações.
O novo titular do Palácio Piratini anunciou que na primeira reunião do secretariado, marcada para amanhã (2), serão anunciadas medidas emergenciais de contenção de gastos com pessoal e custeio. Mas que as medidas estruturais serão discutidas e aprovada nos primeiros meses da gestão.
Após a cerimônia na Assembleia Legislativa, Eduardo Leite se dirigiu ao Palácio Piratini, onde ocorre a transmissão do cargo do governador juntamente com o político que deixa o posto, José Ivo Sartori.