A prefeitura, por meio de nota, justificou a não autorização da Parada Livre na Rua Marquês do Herval "porque, na data solicitada para a realização do evento, o perímetro da Praça Dante Alighieri estará ocupada por maquinário e operários que trabalharão na montagem da estrutura e cabeamento para o Natal." Isso de fato ocorreu ontem. A primeira estrutura a ser erguida foi a da árvore de Natal, instalada no centro do chafariz. Havia caminhões em movimento e áreas isoladas por fita.
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Tem havido, no entanto, uma compreensão limitada de democracia e participação popular. É saudável para a cidadania que praças e espaços públicos sejam ocupados por manifestações. Esta é uma lição básica. Claro que uma administração pública precisa ser informada sobre tais atos, para harmonizá-los à vida da cidade e, em casos especiais, até não autorizá-los, por conflito de alguma espécie. Manifestações em frente a hospitais, por exemplo, não são adequadas. Mas a regra geral deve ser a autorização. Os obstáculos devem ser removidos, e não introduzidos. A regra geral é a facilitação, porque é parte da população que deseja ser ouvida.
No caso da solicitação da realização da Parada Livre na Marquês do Herval, a facilitação poderia se efetivar, com os primeiros trabalhos para a decoração natalina programados para outro dia. Com boa vontade, isso seria possível. Mas não. Optou-se pelo obstáculo.
Está faltando essa compreensão básica de ser parceiro das manifestações, porque assim é o convívio em sociedade. Está faltando, em bom português, uma compreensão democrática, da convivência no ambiente de uma cidade entre grupos de pessoas que pensam e se expressam de forma diferente. Todos os grupos e movimentos devem ter o direito.
3 vereadores no palco
Três vereadores, dos 23 parlamentares da Câmara, participaram da Parada Livre e foram chamados ao palco da programação ontem à tarde, na Os Dezoito do Forte: Denise Pessôa (PT), Rafael Bueno (PDT) e Paula Ioris (PSDB).
A participação dos representantes políticos é importante para reforçar a visibilidade do movimento.
A maioria dos parlamentares se escondeu.
Ao final do ato, os participantes protestaram pelas ruas da cidade, caminhando até a prefeitura.