O tour do prefeito Daniel Guerra (PRB), na terça-feira, pela UPA Zona Norte e Postão 24 Horas com os integrantes do Conselho Municipal da Saúde, que tomam posse no dia 29, repercutiu mal na Câmara de Vereadores. A forma como ele se dirigiu aos servidores do Postão, a tentativa de impor junto aos conselheiros a decisão pela gestão compartilhada e o constrangimento gerado a usuários provocaram as principais críticas. Postura ditatorial e espetacularização foram definições dadas à ação de Guerra.
Leia mais
Prefeito de Caxias faz ação de marketing por apoio à gestão compartilhada do Postão 24 Horas
Prefeito de Caxias do Sul leva conselheiros da Saúde para visitar UPA e Postão
Elói Frizzo (PSB) definiu como uma postura ditatorial, que "só pode levar esse governo ao fracasso", ao dizer que já demitiu servidores e pode abrir novas sindicâncias, se necessárias.
— Não se admite mais a possibilidade de imposição, a possibilidade de colocar as pessoas no brete, no muro, e dizer: "É assim e pronto" — resumiu Frizzo.
Ele considerou inteligente e legítima a iniciativa do prefeito de fazer uma visita ao PA e à UPA 24 Horas. Mas, afirmou que a manifestação de Guerra de colocar os problemas do Pronto-Atendimento como responsabilidade dos ex-conselheiros que não aprovaram a sua proposta de compartilhamento ou de terceirização é, no mínimo, irresponsável.
Felipe Gremelmaier (MDB) considerou uma espetacularização o "jogo pregado" pelo prefeito. Falou do constrangimento aos usuários, questionados na frente de todos durante a visita. E completou:
— Constranger os servidores é assédio.
Gremelmaier disse que imaginava que Guerra fosse usar a visita para mostrar as placas das ambulância que estavam lá para que vissem de onde vêm as pessoas a serem atendidas e falar da importância da regionalização da saúde, já que Caxias não recebe nada dos municípios vizinhos.
Rafael Bueno (PDT) disse que foi mais do que um capítulo do teatro circense protagonizado pelo prefeito. E até o definiu como o "próprio palhaço, o bobo da corte".
— Covardemente, ele jogou aos novos conselheiros um problema que é de responsabilidade dele, que ele mesmo criou: o sucateamento do Postão.
— O prefeito disse que tem UBS com goteiras, com problema elétrico. Mas quem é o prefeito? — cobrou Renato Oliveira (PCdoB) quanto a uma solução.
Oliveira ironizou, acrescentando que acreditava que Guerra fosse dizer que não iria mais faltar médicos no PA.
Leia também
Região tem dez pontos com protestos de caminhoneiros
Idosos poderão utilizar o transporte intramunicipal de Caxias sem pagar